Renato ...
Gostaria de te perguntar sobre um assunto e com tempo aguardo sua explanação
No turfe o qual acompanho antes mesmo de me tornar Veterinário e digo sempre que a Veterinária me proporcionou trabalhar com o que realmente desejava que era o Cavalo de corrida e as corridas de cavalo , sempre escutei e procurei guardar comigo nomes de pessoas importantes e que de certa forma contribuíram para atividade.
Famosos criadores e proprietários (falo isso das décadas de 80 e 90) famosos animais nas pistas e na reprodução, profissionais , treinadores jockeys , na minha área a veterinária Dr. Alceu e Dr. José Roberto Taranto os quais tive o prazer de conhecer , e também já após formado e trabalhando na área chegou seu nome , demorei para conhecê-lo pessoalmente , mas já o conhecia de alguma forma , por seus contatos e trabalho aqui no Brasil (vc já morava fora) e pelo que vc escrevia
Toda essa introdução é para te perguntar se daquela época a atual mudou algo a respeito de quando vc olha, analisa e procura indicar um animal para um cliente e se mudou algo na questão de análise de um pedigree
Abcs
Mauricio Portarolo
Você acaba de colocar à minha frente, uma pergunta difícil de ser respondida, pois, seres mutáveis que somos, com a absorção de conhecimentos, experiências e amadurecimento profissional, sempre estaremos sujeitos a mudanças comportamentais. Contudo, muitas vezes não aa notamos. Ela chega, se instala e faz com que você passe a agir de outra forma e ver de maneira distinta certos detalhes. Os erros cometidos lhe trazem mais ensinamentos que os acertos, tenha plena convicção disto.
Não creio que o básico, no meu caso o equilíbrio, tenha o efeito muito diferente. Passei a militar no turfe, depois de sua última reviravolta fisico atlética, impetrada pela existência de Northern Dancer. Um pequeno, compacto e robusto elemento, que simplesmente dominou o turfe contemporâneo, além de criar um modelo fisico, em sua grande maioria, à sua imagem e semelhança. Coisa digna de entidades superiores.
Mas o básico que aprendi vendo animais com aqueles que me ensinaram a detectar qualidade num cavalo de corrida, manteve-se intacta. Tornei-me mais condescendente perante aos defeitos - que diga-se de passagem todos parecem ter - e passa a levar mais em consideração, a forma de potencialidade que o cavalo lhe transmite, naqueles poucos minutos de inspeção. Poderá ser ele um ser dominante? Eis abrande questão.
Aprendi a extasiar-me com aquilo que me impressionava, independente de pedigree e de onde aquele animal que me era apresentado, fora criado, no momento que os examino, na grande maioria das vezes, sem ter conhecimento de seu pedigree. Na verdade, naquele momento, a única informação que necessito, é a data de nascimento.
Não existe um modelo de cavalo para mim, porém dou muito valor a certas características, como a forma de andar e de se portar em um momento de depois de passar horas enfurnado em sua cocheira, ter que ser apresentado seguidamente a interessados. Tento entender o psique daquele que está exposto a minha frente Nos dou o mínimo crédito a excessos, com o fazem os amantes das ancas e de tamanhos gigantescos. Para mim, o correto é o correto. E tanto o excesso como a falta, um dia acabam mandando a conta.
Não tenho limitações em peso e tamanho, pois, ainda sou daqueles que acredito que cavalo não é gado, onde estes fatores decididamente influem, na sentença de seu valor. Temos que ve-lo como um modelo de agilidade e possível velocidade. As fibras musculares como se comportam quando em movimento, são para mim, mais importantes que a expressão que ele possa estar transmitindo.
Não tenho um modelo fisico que possa adjetivar como superior a outro. Much Better, nada teve haver com Einstein e este com Baby Victory ou Estrela Monarchos. Little Baby Bear era uma coisa, enquanto Indian Hope era outra. Gloria de Campeão era o oposto de Hard Buck. E ai o processo vai seguindo os seus próprios caminhos, embora possa ver um Flightime, confundir-se com um Einstein e uma Cara Rafaela com uma Estrela Monarchos. E porque cito isto? Por que a melhor forma de se aquilatar uma possível superioridade, se faz de forma comparativa. Ver o maior número de lotes possíveis e procurar decidir pelo melhor.
Resumindo, a maneira de se avaliar um cavalo de corrida, independe do tipo e sim o que o impressiona naquele animal que lhe é apresentado. Por isto, sou daqueles que acredito que um animal tenha que ser examinado mais de uma vez. Nada o impede de examinar um, num momento adverso.
Todos que selecionei me impressionaram de alguma forma. Acertei em uns, errei em outros. Paciência. O importante é não fugir de seus princípios e saber realizar que o ideal é o cavalo de corrida, não apenas o de tattersall.