PAPO DE BOTEQUM. NA MIRA DA ESPINGARDA

Sempre que são me oferecidas as oportunidades, faço questão de defender a tese, que o tiro pode vir de qualquer lugar. E mesmo plena consciência que no turfe estes tiros em sua grande maioria, sejam originários de uma meia dúzia de nações criatórias, alguns vieram de lugares inusitados e dificilmente concebidos na mente até daqueles mais abertos a idéia. A começar nos meados da década de 70, ainda no século XVIII, com Kincsem.

Kincsem em húngaro que dizer algo como Meu Tesouro. E ela na verdade o foi, vencendo todos os seus 54 compromissos, e estabelecendo para si o recorde de invencibilidade. Mas suas conexões não se contentaram, a vencer apenas em seu pais de origem. Ela foi a Alemanha, onde triuNfou no Grosser Preis Baden em três oportunidades, na Inglaterra onde abiscoitou a prestigiosa Goodwood Cup e na França, o não menos importante Grand Prix de Deauville. Enfim, ela simplesmente dominou um mercado tornado-se o nome de seu principal hipódromo.

E o que dizer do neozelandês castrado, que na vizinha Australia veio a vencer o Derby local, sua mais importante carreira a Melbourne Cup e em duas oportunidades o Cox Plate, num total de 39 vitórias obtidas pelo mundo. E num tempo que parecia ser inconcebível, sequer imaginar se viajar cavalos no mundo, quanto mais entre continentes, ele barbarizou o habitat norte-americano, ganhando por largss margens e estabelecendo, recordes. Criou um problema tal de dominância, que veio a morrer em circunstâncias no mínimo suspeitosas, envenenado que pareceu ser. 

Pois bem, pouco a pouco as distâncias foram se encurtando e com isto possibilitando a todo aquele, que acreditava poder ganhar fora de suas fronteiras, a possibilidade de fazê-lo. E nomes como os do japonês Equinox em Dubai, a da australiana invicta em 25 performances, entre as quais uma no mais importante meeting da modernidade, Royal Ascot, Black Caviar, o do sul-africano feito champion nos Estados Unidos, Hawaii capaz de ainda vir a gerar a um ganhador od Epsom Derby, Henbit.

Outrossim, o sucesso do hemisfério sul, nas principais carreiras do hemisfério norte, não se limitaram aos nascidos na Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, estenderam-se nas patas dos argentinos Candy Ride, Paseana e Bayakoa e até de brasileiros como Einstein e Siphon, capazes de levar a melhor, na corrida de maior valor na California, o Bg Cap. De Pico Central na milha mais difícil do continente, a Met Mile. De Gloria de Campeão na carreira com a maior dotação dinheiro, a sua época, a Dubai Cup. E um honroso segundo lugar, na prova considerada uma das duas mais importantes do mundo, o King George VI, Hard Buck.

Quem não souber aonde está pisando, estará dando a oportunidades a aqueles, que transpiram ousadia e tem conhecimento de exerce-la co sucesso, a ultrapassa-lo.