Se a rixa entre Affirmed e Alydar fez o publico turfista norte-americano enlouquecer no final dos anos 70, imaginem o que foi a de Easy Goer e Sunday Silence, exatamente uma década depois. Onde novamente a mesma situação veio a ser repetida, e devidamente explorada pela imprensa especializada: desta feita Easy Goer era o cisne e Sunday Silence o patinho feio.
Ao navegante Marco Augusto, só posso dizer que o Preakness de 89 - ao qual tive o privilégio de estar presente - foi o que mais me impressionou entre as segunda provas da tríplice coroa norte-americana que tive o ensejo de assistir. Pois ele representou a que a vontade de vencer, em sua grande maioria das vezes, suplanta a classe. Nesta tarde em Pimlico, Sunday Silence colocou definitivamente seu nome na história, pois, depois de ser ultrapassado por Easy Goer na metade da reta de chegada, por aquilo que pode ser considerado não mais do que um focinho, não se deu por vencido. Voltou, venceu e convenceu.
Foi um verdadeiro duelo de titãs, inflamado por uma imprensa que sabe o exato momento de jogar gasolina na fogueira. E o fez com extrema maestria. Haviam torcidas organizadas. Esta será uma carreira, cantada em odes e versos, até o final dos tempos. Possivelmente será discutida na fila do junino final.
Evidente que as estranhas coisas que aconteceram a seguir no misterioso Belmont, inflaram ainda mais a discórdia entre as duas facções. Funcionou como mais gasolina numa fogueira, já grande por sua própria natureza. Este contra Leste. E como num passe de mágica, numa noite estrelada que curti em Nova York com Cristina, a pista de Belmont amanheceu, como os responsáveis de Easy Goer adorariam que ela estivesse: pesada. aliás, encharcada...
Easy Goer venceu, mas não convenceu a muitos e o placar de 2 a 1 estabelecido por Sunday Silence, consequentemente adiou a decisão de quem seria o melhor três anos da geração, para a ser decidido na Breeder´s Cup Classic, que seria disputada em Gulfstream Park. Moral da história 3 a 1.