Na vida fictícia da televisão brasileira personagens são criados e aqueles que agradam ao publico, colecionados e nunca mais esquecidos. Vocês lembram de Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, que queria inaugurar um cemitério numa cidade em que ninguém morria. E de Odete Roitman, uma mulher amarga que inspirava em todos o desejo de mata-la. E o que dizer de sinhozinho Malta em Roque Santeiro, de Carminha em Avenida Brasil e Agostinho Carrara em a Grande Família? Personagens que marcaram uma geração. Assim como Albertinho Limonta marcou a geração de meus pais, na novela, o direito de nascer.
Na vida real, estes personagens também existem e podem ser identificados. Basta se prestar a devida atenção. O que me encabula bastante, é até no turfe haverem pessoas que se caracterizam mais por falhas do que por acertos. E isto acontece, em todos os setores: diretivo, profissional, entre criadores e proprietários, e até entre turistas. Dificilmente com os principais atores da festa: os cavalos de corrida.
Eles nascem, crescem, correm, quebram e morrem. Simples assim. Na verdade são as pessoas que complicam a vida dos mesmos. Já ouvi negativas em acasalamentos por mim propostos, com frases do tipo: "do cavalo até eu gosto, mas do dono"... Ai eu pergunto o que o orifício anal tem haver com a cueca? Não é você que será cruzado. Somente sua égua.
O turfe brasileiro está cheio de manias e simplesmente o fato de serem geridos por clubes, acentua ainda mais a criação destes personagens, que confundem ainda a uma atividade comercial com um hobby de fim de semana.
Não seria apenas a dificuldade de transportes de sua época, que inibiu cruzamentos do tipo King Salmon x Formasterus, Swallow Tail x Fort Napoleons ou Earldom e Tumble Park?
A nível mundial houve uma época que o grupo de Sangster não tocava em animais da família Maktoun, e a reciproca era verdadeira. Não foi um atraso? Uma perda considerável de tempo? Hoje éguas Galileo, viajam ao Japão para serem cobertas por Deep Impact. Garanhões do hemisfério sul são recrutados pelo mercado europeu para criar novas fontes de transmissão. Diminuiu-se em muito bairrismo e nacionalismo, numa atividade considerada sem fronteiras.
Tesio mirava apenas no cavalo. Que se danasse o dono e o local em que ele se encontrava - o cavalo não o dono. Não foi possível Fairway, usa-se seu irmão Pharos, e desta forma consegue-se um Nearco. Que é na verdade o que interessa.
Aceito que o turfe brasileiro esteja habitado por diversos Odoricos e Sinhozinhos Maltas. Liguei o f...-se e sigo em frente, como nada houvesse acontecido. Acredito que o tiro possa vir de qualquer lugar e desta forma em qualquer lugar penetro para examinar o cavalo, não seu dono ou conexões. E assim que os seleciono. E até aqui vem dando certo...