Parâmetros do PSI Brasileiro – Quarta Parte
Bom dia. Hoje vamos entrar na área mais falada no Ninho do Albatroz, que são as famílias catalogadas por Bruce Lowe e seu desempenho clássico na reprodução brasileira. Vou primeiramente recapitular alguns números e estabelecer alguns conceitos que utilizo. Primeiramente, lembro que a amostragem que utilizei tem 3.963 indivíduos que correram no Brasil entre 2022 e 2024. Foram 2.360 matrizes representadas, o que nos mostra que houve mães que tiveram mais de um produto na amostragem. Os parâmetros médios de desempenho foram de aproximadamente 2% de ganhadores de G1, pouco mais de 6% de vitórias em provas de grupo e 9% de vencedores clássicos (Grupo+LR). Adentrando nos conceitos, irei chamar de família, a numeração basilar. Por exemplo: famílias 1, 2, 3 e assim sucessivamente. Chamarei de ramos os desdobramentos familiares como 16-h, 23-b, 4-k e demais exemplos. Vamos começar registrando que tivemos 36 famílias dentro da amostragem e 179 ramos na população total estudada. Existem ramos mais nobres e conhecidos e também há famílias obscuras que tendem a desaparecer. Há pequenas famílias e ramos que ainda tentam sobreviver mostrando algum classicismo e vitalidade em seus resultados. Vamos ver uma tabela que engloba a distribuição das maiores famílias e seu desempenho clássico. Utilizei os parâmetros de vencedores de G1 e o total de vencedores de provas grupadas (1,2 e 3):
Por que eu prefiro olhar as famílias ao invés dos ramos? Porque os dados são mais volumosos, logo tenho mais certeza estatística das observações e elimino o problema da subdivisão de ramos. Como comparar efetivamente a família 1 que teve 19 ramos representados no Brasil com a família 9 que tem 7 ramos por aqui??? Na minha análise agregar os ramos nas famílias basilares faz mais sentido e elimina distorções. Vou destacar o que mais chamou minha atenção: as 6 maiores famílias representam mais de 50% da amostragem total. Isto é concentração e hierarquia. Prestem muita atenção na quantidade de animais que está contida em apenas 6 famílias. Em termos de desempenho, o que mais chamou atenção foram os 3,51% de vitórias de G1 da família 8. Em detalhe temos que dar os parabéns para a matriarca LADY BE GOOD (alô Renato!), que brilhou na mais alta esfera clássica. Meu parceiro de live, Renato Gameiro, com certeza tem grande participação no desempenho e desenvolvimento deste ramo 8-h aqui no Brasil. Quem sabe em uma live ele nos conte mais detalhes sobre este longo caminho trilhado em busca da 8-h e das melhores descendentes de LADY BE GOOD para trazer para o Brasil. No quesito ganhadores de provas de grupo, a diferenciação não foi muito pronunciada. Podemos ver que 5 famílias produziram números em torno da média, sem grande diferenciação, mesmo na família 3 que mais percentual de classicismo apresentou com 7,35%, ficando com desempenho 17% acima da média. E tivemos uma família que produziu um pouco abaixo da média, neste caso a família 16. Sem demérito algum para seus descendentes.
Quanto a uma teoria também escrita pelo australiano Bruce Lowe em seu livro original, a questão do alinhamento familiar ou ajuntamento familiar, que viria a ser a busca de juntarmos novamente a família da mamãe (p.e. 7) com a mesma família presente na linha materna do garanhão. Vamos a uma tabelinha bem elucidativa:
Essa teoria do ajuntamento familiar naufragou com vontade. Considerando a mesma família basilar, os números apresentados mostram até um bom volume com 8% da amostra e um resultado abaixo da média em todas as categorias. Analisando o alinhamento do ramo familiar no cruzamento, tivemos muito menos tentativas com 2% da amostra e um péssimo resultado em pista. Como diria um amigo meu: “Gil, isso aí funciona quando funciona”. Quem quiser continuar tentando, deixo aqui meu tradicional, boa sorte. Resumidamente, qual o cenário que temos quanto às famílias do Bruce Lowe? Muita concentração e pouca diferenciação de resultados clássicos entre as famílias. Existem alguns ramos que se destacam e seus representantes não surpreendem, pois são bem conhecidos. Há algumas famílias que tendem a desaparecer. Uma grande decepção na amostragem foi o ramo da Pretty Polly, 14-c, que apresentou um péssimo desempenho com apenas um vencedor de G3 em 108 animais corridos. Atenção nas mamães porque as ondas vêm e vão. Era isso que tinha para falar das linhas maternas pelo prisma das famílias do Bruce Lowe. Aguardo todos na live de logo mais.
Abs, Baronius