A demagogia rotulada por estes últimos, em tentar vendar posições sólidas e inabaláveis, é retrógrada. Já de há muito deixou de funcionar no turfe moderno. Este, qual um camaleão, assume posições distintas com o passar dos anos, vergando-se as mutáveis necessidades do mesmo. Repaginar é hoje parte importante do dicionário da criação e das corridas de cavalos. É isto que constato em criadores - mesmo entre os tradicionais - como Aga Khan, Khaled Abdullah, John Magnier e outros, que demonstram dia após dia, bem sucedidos. A encarnação melancólica do imobilismo e do reacionarismo, mascaradas por um ridícula e ultrapassada tentativa venda de uma falsa defesa de tradição, ruiu a bastante tempo no hemisfério norte. Respeita-se o que que foi feito, mas aceita-se que mudanças periódicas se tornam necessárias. Diria, que esta maneira de aceitar a nova versão dos fatos, é parte de alguns centros de nosso hemisfério também, pois, tanto da Oceânia quanto da África do Sul, abandonaram a defesa do falso progressismo nacionalista, e optaram pelo mobilísmo em relação a inércia. O que me impele a conceber, que nós americanos do sul, deveríamos igualmente, tentar entrar neste baile, antes que a festa se afaste ainda mais de nós.
A falsa carapaça à bravata, infelizmente ainda impera em alguns setores menores da comercialização de nosso mercado. São ridículas e perniciosas, pois, acabam por assustar as pessoas de bom senso, que pensam estar participando de algo gasoso e que pode evaporar-se num piscar de olhos. Bravatear é o direito de qualquer um que queira vender o seu peixe, mas este peixe tem que, pelo menos, ter sido pescado no mar, no rio ou em algum lago. Nunca fabricado apenas na mente do bravateador.
Falar o que se pensa. Defender suas crenças. E o mais importante de tudo colocar em prática aquilo que se preza, não é - de maneira alguma - querer ser dono da verdade. Quer sim demonstrar uma conduta, que quando se mostra vitoriosa, deveria ser seguida, mesmo que criticada. Deveria ser aperfeiçoada, ao invés de repelida. Deveria ser base de algo, não de desprezo e esquecimento. Mas ainda engatinhamos no turfe, por causa de nossas próprias deficiências e hoje creio que já não possamos mais nos eximir com a eterna desculpa dos incapacitados e covardes: aquela que apela para as nossas fraquezas financeiras, pois, o brasileiro é um dos cinco povos deste planeta, que mais gasta, fora de suas fronteiras. Isto não é uma opinião. Isto é um fato. Logo, esta ladaínha não faz mais nexo. Tornou-se insopitável!
De há muito o turfe deixou de ser encarado e conduzido à base de paixões improdutivas, não mais do que voluntariosas, e é exatamente isto que muita gente não quer entender. Ou melhor, por conveniência ou deficiência, simplesmente finge não entender. O que faz o Santa Maria de Araras grande é a sua eterna descrença para com a imobilidade. Não é por que você domina, que deve manter-se imóvel e baixar a sua guarda. Da mesma forma que me empolgo ao ver um consagrado treinador, como por exemplo o Guignoni, vibrar com uma simples vitória em páreo comum, depois, de ter ganho de ponta a ponta um Grande Prêmio Brasil, com um cavalo de apenas uma vitória, que os ineptos julgavam ser apenas um poulain de jeu, fico igualmente feliz quando constato que nosso querido Moreira, um jóquei que quase foi convencido a abandonar sua profissão quando ainda jovem, ganha no exterior. Desde cedo ele demonstrava aquele brilho no olhar de quem quer chegar lá, mesmo na França, onde uma verdadeira chance nunca lhe foi de todo oferecida. Minha vó Adelina, sempre dizia que quem espera sempre alcança. Talvez, a nobre senhora assim referia-se, tentando elevar o sempre aconselhável dom da paciência. No mundo moderno, eu diria que quem acredita e luta por aquilo que almeja, sempre alcança. Independentemente de seu saldo bancário, ou da apenas força, de seus argumentos.
Vou confessar uma coisa: no Turfe torço por aqueles para quem trabalho, mas respeito muita gente, mesmo aqueles que não coadunam com o que acredito, mas que em pista demonstram superioridade. E não poderia ser de outra forma. Pois se assim não o fosse, você não amaria a atividade em que milita. Tão somente as benesses que ela lhe trás. A estes que admiro, dedico esta nota.
Com 2103 ganhadores de grupo que temos catalogados para o período de 1974 a 2011, apenas 25 haras conseguiram produzir a pelo menos 20 individuais ganhadores destas importantes carreiras
Vinte e seis reprodutores vieram a produzir mais de 15 ganhadores de grupo para o período proposto.
Da mesma forma que apresento os 10 mais bem sucedidos avôs maternos para este período, pelo número de individuais ganhadores de grupo, pois, produziram mais de 15 individuais ganhadores de grupo.
Aos que assim não o pensam, meu cordial desejo de boa sorte, pois, dela tão somente há de valer sua permanência na atividade.