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terça-feira, 13 de março de 2012

PAPO DE BOTEQUIM: O SER ANTIPODO

Na segunda metade da década de 60, a duras penas, formei-me no Colégio Santo Ignácio. Foram doze anos de convivio com os jesuítas e como prêmio, depois de ter passado no vestibular, me mandei para Londres. Foram seis meses. Tranquei matricula e aluguei um pequeno apartamento em Earl’s Court, na mais animada área de Kensington. Estava-se na plena formação do movimento hip. As mulheres adotaram a mini-saia. Os cabelos para ambos os sexos passaram a ser mais compridos. E os Beatles e as passeatas contra a guerra do Vietnam, eram a tônica local. Depois de reprimido “jesuísticamente”, achei que o mundo era belo, mas que como gostava de tomar banho, ser hippie não era a minha opção. Passei a acompanhar mais de perto as corridas de cavalos, conheci o centro criatório de Newmarket, e foi ali que definitivamente tomei a decisão que um dia faria parte daquele mercado.
O fato de morar em um pais estranho - eu eu já morei em diferentes temporadas em três, de dois outros distintos continentes - sem se tornar cidadão do mesmo, com o tempo, lhe cria a habilidade de conhecer a equivalência dos costumes sem propriamente seus conteúdos. Muitas vezes entender é contraproducente. Simplesmente agir é a questão.  Para muitos isto se chama instinto. Para mim na época, sobrevivência. E isto me ensinou bastante a entender as ambivalências existentes nos cavalos de corrida, principalmente no concernente a seus pedigrees e como se deve agir quando a dúvida se torna maior que a realidade.
No momento em que você nunca se transforma em europeu e muito menos em norte-americano, mas de alguma forma deixa um pouco de ser sul-americano, existe uma tendência a transformar-se em um ser antipodo. Passa ser então primordial e necessário uma consulta frequente as bases, para que suas raízes não pereçam, e você, de uma hora para outra, passe a flutuar pelo espaço sem sentir mais o chão abaixo de seus pés. Se isto o torna um cidadão do mundo? Não posso precisar. Mas certamente lhe garante uma universalidade, que o imbui a se afastar tanto do bairrismo quanto do nacionalismo, cegos. Creio que me sinto, em termos do mercado de cavalos de corrida, um pessoa que pode medir os diferentes aspectos e juntá-los quando estes se tornam necessários. Minha vó Adelina, se viva fosse, definiria como uma visão global.

Estava sentado no Mercearia do hipódromo de Cidade Jardim e fui perguntado quem em minha opinião ganharia o Latino Americano. Já disse aqui e repito, que acho esta carreira, uma prova desgastada e que não mais representa aquilo a que se propôs, quando de sua criação. Mas nunca me neguei a dar minha opinião e disse, sem pestanejar, que seria Quick Casablanca. E quando perguntado porquê, acentuei, que em minha visão ele sobrava na turma. E sobrou mesmo.

Creio que este é o sentido globalizado que você deve ter. Sem bairrismos e nacionalismos. Mesmo que torça para um representante de seu pais. Mr. Nedawi, fora da distância que lhe é predileta, não participou da carreira. Chegou, creio eu na quinta colocação, sem fazer feio ou bonito. É um bom cavalo e agora terá seu descanso merecido, já que sindicalizado foi e assim se tornou garanhão. Tenho especial carinho pelo reprodutor nacional, novamente ressaltando que sem bairrismo ou nacionalismo. Gosto do cavalo que mostrou em pista superioridade, e como entre alguns nacionais, você encontra mais qualidades locomotoras do que 90% dos importados de fino pedigree, fico com eles. É um direito que me assiste. Principalmente com aqueles que deixaram nossas fronteiras e foram capazes de ganhar provas importantes. Evidentemente que dou mais valor a aqueles que o fizeram no hemisfério norte, onde até que provem ao contrário, é onde existe uma maior competitividade no mais alto patamar da atividade.

Mas uma coisa passa a ser de suma importância. pelo menos para mim: Pedigree. Com todo respeito a cavalos como Cacique Negro, Quari Bravo, Rhiadis, El Santarém e mesmo meu amantíssimo Much Better, pedigree é preciso. Sem ele não existirá continuídade. E em se tratando de cavalos de corrida, continuidade é sinônimo de hereditariedade. Vou me explicar melhor.

No sábado, debaixo de um pé de égua sem nome, mais um filho de Hard Buck provou-se na grama e na distância clássica, em uma prova que já foi de suma importância como preparatória para o GP. São Paulo, o GP.14 de Março. Sei que o senhor LuiZ não vai concordar, mas Hard Buck tem linha baixa. Sua mãe é uma filha do Derby winner Secreto, numa égua pelo Arc winner Vaguely Noble, irmã de três ganhadores de graduação máxima e filha da broodmare of the year e heroína da Poule e do Diana, Gazala. Nunca o levaria a tentar o King George VI, se ele não tivesse esta base materna. 

E os outros reprodutores nacionais que deram certo?

SOCIAL SECRET
a mãe de HAD BUCK

Sabinus era filho da francesa Truite. Xaveco da britânica Rousette, égua capaz de criar sua própria ramagem a nível internacional. Redattore é filho de uma - se não - a mais importante reprodutora que importei dos Estados Unidos, Political Intrigue, uma La Troienne, na rama principal erigida no importante criatório Ogden Phipps. Romarin é filho da irlandesa Salluca. Seu pai Itajara era filho da ganhadora do Grande Prêmio Diana, Apple Honey. Clackson era filho de uma Coaraze, chamada Quarana, tida como de grande habilidade em pista. Fastastic Dancer foi gerado pela multipla ganhadora de grupo, filha de Locris, Lagoon Nebula. Zenabre, era um descendente direto de Trustful -sua quarta mãe - e sua terceira era Jury, hoje, ambas consideradas matriarcas. Acteon Man, pai do último ganhador do GP. Brasil é filho da irlandesa Clare Gardens, uma Shirley Heights originária de uma das ramagens que mais de destaca entre as 2-n, a de Key Bridge. Do qual igualmente descende outro bom garanhão nacional, Mensageiro Alado. Desculpem, mais isto não são opiniões. Isto são fatos. Como fato igualmente é de Mr. nedawi ser filho da norte-americana Cryptic Crucial e Bandido Secreto da também norte-americana Hail Secreto, uma outra filha do já citado Derby winner, Secreto.

Acredito que sem linha materna, as chances de perpetuação da raça se tornam ínfimas. Tenho consciência, que haverão alguns casos, que se tornarão exceções. Mas quem vive de exceções? Vivemos de regras e sonhamos, quando muito, com exceções.

PS1 - E terminando, agradeço aos titulares do haras Old Friends pelo conforto dado a égua de 31 anos, Social Secret, que em um piquete maior que o campo do Maracana, vive tranquilamente a olhar as corujas que por ali passam. Para quem não sabe ela merece, pois, produziu ao único cavalo capaz de defender as cores brasileiras no King George - e o fez com brilho invulgar - e já pai de um ganhador do GP. Brasil, Hard Buck.