Mais um ano que se finda, e com ele realizações, sonhos e realidades. É o meu de ano 62, e o vigézimo quinto de moradia nos Estados Unidos, pois, para aqui me mudei praticamente em 87, e em forma definitiva em 90.
Vim por Estados Unidos para aprimorar aquilo que já fazia no Brasil. Achava que era coisa de uma temporada. Cinco, dez anos no máximo. E que um dia voltaria, ou iria para outro canto do mundo. Outrossim, depois de três anos de moradia, fui, pouco a pouco, descobrindo esta terra em todos os seus meandros e passando a ter consciência, do por que ela é, sempre foi, e provavelmente continuara sendo, o sonho de muitos, mas infelizmente a realidade dos poucos.
Hoje desconheço um pouco o pais que passei a respeitar, viver e gostar. Coisas acontecem, sem que um explicação lógica possa ser concebida. De 2006 para cá, 175 aberrações foram aferidas pelo FBI como aquilo que este orgão norte-americano rotula de mass killings. Isto é, quando quatro ou mais pessoas são mortas em um mesmo atentado. Ao todo foram 775 vidas perdidas, sendo 112 de crianças, abaixo dos 12 anos de idade.
Sei que para nós brasileiros estes números não parecem tão grandes. Morrem, anualmente, mais do que isto nas favelas do rio de Janeiro e quem hoje frequenta a noite de São Paulo, sabe dos perigos que pode sofrer, se estiver na hora certa, mas no lugar errado, quando bandidos encarcerados resolvem provar a sociedade que são ainda eles que realmente comandam a cidade.
O que se nota na versão norte-americana é que estes mass killings, são impetrados normalmente por uma pessoa. Alguns com pertubações mentais, todavia, em sua grande maioria por gente que se suicida e não têm uma explicação plausível para o que fizeram. A facilidade com que se tem acesso as armas aqui nos Estados Unidos auxilia o fato, embora tenha ainda gente que acredite que são as pessoas e não as armas, as culpadas. Eu penso que ambos, pois, sem a arma, fica mais dificil se estrangular 27 seres humanos em cinco minutos, como o acontecido recentemente em Connecticut, na Sandy Hook Elementary School. Aliás este nome Sandy aterrorizou aos habitantes de New York e estados limitrofes, este final de ano.
Michael Bloomberg, é o prefeito de New York há 12 anos. New York é uma cidade bastante dificil de se administrar. Ele, por sua vez, teve a dificuldade de vir a substituir a um dos melhores prefeitos que esta grande cidade já teve, Giuliani, que saneou a cidade e teve que reconstrui-la depois do atentado das torres gêmeas. Porém, ele aceitou o desafio e posso afirmar, sem medo de estar errado, que nos últimos 12 anos, provou que sabe o que faz e principalmente o que diz. Ele, deste 2006, vem encabeçando uma briga pessoal contra as armas nos Estados Unidos. Trata-se de um bilionário, sem ligações partidárias, que pode se dar ao luxo de encarar e bater de frente com um dos maiores trusts financeiros deste pais; a industria das armas. Ele ao contrário do presidente e do congresso, exige uma solução imediata e não paulatina. A doença que está tomando conta desta nação tem que ser tratada com fortes antibióticos e não com medicina de longo prazo. Pois, a coisa está virando moda.
Em Abril de 1999 na Colombine High School, Littletown, Colorado, foram assassinados 13. No campus da Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, em Abril de 2007 foram 32. Em Novembro de 2009, em Fort Hood Texas, foi mais uma vez o fatidico número de 13. E chegamos ao negro ano de 2012, onde em em Julho, em um cinema, em Aurora no Colorado, na estréia do filme de Batman, pereceram 12, com mais 57 feridos. No templo de Sikh, em Oak Creek, no estado de Wisconsin, foram 6. E agora em Connecticut a chacina dos 27, que deixou a todos estupefatos.
O que está acontecendo? Cada dia estas mass kilings estão se tornando mais constantes. Nos seis últimos meses, foram três. Estaremos vivendo uma nova era? Escrevo pela manha do último dia do ano, após vislumbrar o nascer do sol, naquela que um dia foi parte do grande império dos Maias. Estes preveram que o inicio de uma nova era se daria no dia 12 de dezembro. Espero que eles estejam certos, e que a nova era seja melhor do que antiga. E que esta última, que foi boa em alguns sentidos e muito má em outras, tenha definitivamente terminado.
E AQUI ENTRE NÓS.
O QUE PEGA MODA
NOS ESTADOS UNIDOS
DEPOIS DE ALGUNS ANOS
PEGA NO BRASIL...