Volto a repetir, pois repetitivo me tornei desde o momento que vó Adelina me ensinou que é sempre melhor se ficar branco antes, do que vermelho depois.
Apresentei esta semana, aquilo que reputo como um raio x do que foi o turfe no seu mais alto grau de classicismo na Europa, isto é, entre os ganhadores de graduação máxima. Trata-se de uma visão nada condescendente para com o cavalo médio e mesmo bom. É a parte mais alta da pirâmide. E desta forma quando várias tendências e dominâncias são significantemente notadas, há de se imaginar que elas tenham forte probabilidades de serem repetidas com sucesso, em centros considerados menos competitivos. Se estas tendências ou dominâncias, são coincidências ou não de uma determinada época, não cabe a mim decifrar no blog. A função do mesmo é apresentar e analisar o que se passa de forma pontual. Evidente que minha série histórica - pois este levantamento tenho desde o após guerra - apenas me faz entender por que algumas coisas não são obra do acaso. E outras deverão estar em sua alça de mira, para deduções futuras.
Deixei claro que tudo que aparece nítido em uma análise deste tipo, é algo que teve seu inicio, pelo menos três anos antes, quando uma determinada égua foi dirigida a um reprodutor. Logo, é um passado que se prova presente, mas que de maneira alguma pode ser considerado seguro para o futuro. Aumenta as possibilidades, mas não lhe garante o sucesso. Aliás, quem milita no turfe tem que ter uma certeza. Este é um mercado de números, percentuais e detalhes. Ninguém conseguirá 100% de acerto. Nem 50%. Eu diria, que 30% já pode ser considerado fenômeno, dentro da seara que milito, a do agenciamento. Menos de 10% a coisa precisa de ajuste. Abaixo de 5% o melhor é procurar outra profissão.
Creio que importante seja conhecer a série histórica, para saber o que é sólido e o que pode ser apenas momentâneo, pois, mesmo neste segundo grupo, sempre existirão aqueles que iniciam algo. Estes podem ser considerados os precursores de uma nova fonte de transmissão. O inicio de uma nova era. E aí entra aquela história da corrente que o leva ao mar. Se você a detecta em seu inicio, por ela segue e acaba se acostumando as suas turbulências a caminho do mar. Se você nela penetra quando ela já está turbulenta e em visivel alta velocidade, você tem que ter muito lastro financeiro. Hoje o preço de um Speightstown é um. Há um ano atrás, era outro infinitamente inferior.
Não sou pitonisa, e nem muito menos profeta. Tenho minhas inspirações. Mas elas são de propriedade apenas de meus clientes. Trata-se de um direito que administro, pois, ninguém paga meu morgage e muito menos meu cinema. Logo, a aqueles que me pedem observações sobre o futuro deste ou daquele, declino minha opinião. Ela tem um valor e quem não pense assim, que tente e descobrirá quão dificil é este mercado. Eu não saquei o crescimento de um determinado reprodutor e agora terei que pagar mais, para obter uma de suas filhas que em nosso parecer - do cliente e meu - cai qual uma luva para um reprodutor. Logo, razões existem para que se pague o preço inflacionado.
Mas não me nego, como nunca me neguei, a propiciar à aqueles que leem este blog, a isca, o anzol e a vara de pescar. Afinal esta é a finalidade para o qual ele veio a ser criado. Dai para frente que cada um pegue o seu barco e ache onde o cardume possa estar.
Em breve relatarei algo sobre uma linha materna que realmente passou a me surpreender recentemente, apresentando percentuais, que não tinha apresentado nestes últimos anos até então. Ela é exatamente o caso de você imaginar, ser a mesma, produto de um momento ou o inicio de algo novo. Vale a pena investir nela, quando ela ainda é um ponto de dúvida? Responderia da seguinte forma: para tudo há um preço. Depende apenas do nível de risco.
Dentro do que acredito como viável - partindo-se de nossa posição financeira -, não marcando éguas com mais de 8 anos e tomando como lema a minimização dos riscos em todos os seus detalhes -, em minha primeira peneirada dos segundo, terceiro e quarto dias de Keeneland para Janeiro, afirmaria haver, apenas 32 reprodutoras ou éguas saídas de campanha, que preenchem pelo menos três dos quatro requisitos que consideros como básicos. Na segunda peneirada, este número pode cair um pouco e quando da inspeção física a coisa acaba em não mais de 12 ou coisa parecida.
Não seria preciosismo demais? Provavelmente sim, porém não se chega a selecionar a mãe de um ganhador do Kentucky derby, de um Preakness, de um Derby Japones e de duas distintas Breeders Cups, agindo-se apenas com sentimento ou quem sabe de forma aleatória, como em uma roleta. Desculpe, a falsa de modéstia, mas eu já consegui selecionar as mães de elementos que ganharam as provas acima e sei como se chega lá e mais do que isto, quão complexo esta seleção deve ser. Afinal, mesmo fazendo-se tudo certo, levando-se em consideração cada pequeno detalhe, suas chances de chegar onde se sonha, com um percentual de 30%, são ínfimas.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!