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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: PIUMA AL VIENTO

Toda vez que o final de um ano se aproxima, passo a ficar fadado por lembranças e divagações, relativas ao mercado em que milito. E, quando sou atacado destes sintomas, em uma praia distante, a espera de um por do sol, muita coisa me vem à mente. Mas elas vem em abrangências, não tão somente em detalhes. É quando passo a me preocupar com mais profundidade, a respeito delas, e  do por que as coisas acontecem e como acontecem, sinto vontade de transmiti-las, nem que em doses vagas e sem um base central de raciocínio. Como uma pluma ao vento.

Uma coisa que sempre me deixou grilado, é o fato da grande maioria dos artistas só serem reconhecidos depois de mortos. Felizmente, creio que a coisa mudou muito de uns tempos para cá, tanto em relação a pintores, como também na seára dos músicos, dos escritores e demais congêneres. Graças a Deus em relação a cavalos de corrida, a coisa nunca mudou, é quase que imediata: Deu, valorizou-se.

Mas sempre existiu e creio que sempre existirá grandiosidades mesmo entre os maiores, e ontem eu publiquei uma estatísticas pela produção do número de ganhadores de graduação máxima, onde se vêem Galileo e Unbridleds Song no meio de um grupo especial, porém, de já desaparecido. Hoje, até o mais réles apanhador de guimbas, está ciente que Galileo é algo distinto, como seu pai, seu avô, e os avôs deste último. Assim sendo, há de se convir que diferencialmente da transmissão de classe, a transmissão de altíssima classe - que roluto de grandiosidade - tem uma sequência natural e que não pode ficar por mais de uma geração a descoberto. Com duas, existe uma grande chance de sambar! E ai para voltar...

A coisa de Phalaris a Galileo, - Phalaris, Pharos, Nearco, Nearctic, Northern Dancer, Sadlers Wells e Galileo - só teve na verdade um lapso de geração em relação à sua inrrefutável grandiosidade, justamente em Nearctic, que foi um champion runner and sire, mas que indubitavelmente não pode ser comparado aos que lhe precederam e lhe sucederam, na formação e manutenção desta tribo. Quem poderá dar sequência a esta grandiosidade? Sinto que Teofilo não, mas até o presente momento, New Approach e Frankel talvez. Certezas? Perguntem ao Papa.

No turfe, poucas certezas há. Talvez uma, a que você não pode ter certeza de absolutamente nada. Pharos, não foi o melhor filho de Phalaris, assim como Northern Dancer, não o foi de Nearco e muito menos Sadlers Wells de Northern Dancer e Galileo de Sadlers Wells. Logo o fator grandiosidade pista funcionou na verdade, apenas com Nearco. Desta forma, Frankel não tem garantido o seu lugar na história, se por ele não lutar.

Outrossim, a qualidade ímpar de transmissão desta tribo, via o canal citado, é como assim por dizer, indiscutível. Existe algo de especial nela, que a diferencia das demais. Trata-se de um canal visivelmente diferenciado. Como existe na de Danzig e em menores escalas, nas de Native Dancer, Royal Charger e Nasrullah. O resto sobrevive, mas deve. E tende a ir para o saco.

Analisem, na lista publicada, quem é descendente de outra tribo que não as de Northern Dancer, Nasrullah, Royal Charger e Native Dancer. Poupo-lhe o trabalho, nenhum. De uma forma peculiar voltamos aos tempos de Darley Arabian e aos de Eclipse, onde em ambas épocas, apenas três segmentos dominaram a situação. Hoje são quatro, mas todos descendentes de um, pois, o detalhe, que se anuncia, é que todos são Phalaris.

E o que Phalaris, se diferenciava de Blandford, de Tourbillon, de Hyperion, de Son-in-law e outros que embora se mantenham ainda vivos, demonstram estar em franca decadência? Velocidade. Sim Phalaris era um sprinter, como The Tetrarch, outro que desapareceu, talvez por ser tordilho e até aqui os tordilhos não conseguiram na história da criação de cavalos de corridas, firmar-se em termos de prosperidade.

Galileo era um clássico por excelência, assim como Montjeu. Ambos filhos de um meio fundo, que poderia até ser visto por alguns, como um milheiro alongado. A. P. Indy o baluarte maior dos Nasrullah em tempos atuais, era um clássico, como Galileo, numa tribo em que os outros baluartes sempre primaram por ser milheiros ou sprinters. Por sua vez, os descendesntes do sprinter Royal Charger, são hoje clássicos, seja Halo, seja Roberto, ou seja Sir Ivor. Mas aquela tribo, que para mim, arvora-se como a que pode vir a dominar, num futuro a médio prazo, a do sprinter Danzig, está ganhando cada vez mais terreno por elementos dotados de extrema velocidade em distâncias reduzidas.  Green Desert e Danehill, estabeleceram sua própria árvores. Eram, em minha concepção, sprinters. E ganham terreno a cada ano. Eles tem o ecletismo de Danzig, herdado de seu pai Northern Dancer, que é o de produzir elementos para todas as distâncias, para todas as idades, para todos os hipódromos e tipos de pista. Resumindo, eles correm e gostam de fazê-lo. Não existe um descendente desta tribo, entre os de maior vigor reprodutivo, que possa ser rotulado de um especialista, ou transmissor de apenas uma especialidade. Eles são paus para toda e qualquer obra.

Por isto fiquei bastante contente, que no ano de 2012, o Brasil partiu para o shuttle de dois importantes descendentes de Northern Dancer, via seus ramos principais, Danzig e Sadlers Wells. E por que feliz fiquei? Por que, vejo ali um futuro. Uma luz no final do tunel, se cruzarmos estes com éguas que possam produzir diferenciados, e estes diferenciados um dia serem devidamente explorados reprodutivamente com éguas importadas ao hemisfério norte. Desculpem, mas pela formação que tenho de arquiteto, é desta forma que vejo o projeto.

Espero que 2013, seja bom para todos. Se possível, mais ainda para meus patrocinadores, correntistas e clientes.