Outro dia vasculhando coisas que tinha trazido do Brasil no inicio dos anos 90, quando Cristina para aqui se transferiu e eu fechei minha seção São Conrado, Rio de Janeiro, achei um caderno datado de 1968. Os negros anos da repressão na politica brasileira. Os anos Medici. Que fazendo juz a seu sobrenome, não perdoava nem pecado venial. E li uma coisa que anotei neste caderno, sobre um trabalho de sociólogos e economistas norte-americanos, de perfil brazilianistas e que na época me calou bastante fundo. Uma definição do que era o Brasil.
"O Brasil está pronto para evoluir para a condição de uma real nação em vez de uma simples faixa litorânea semindependente da Europa e dos Estados Unidos".
Pois nestes últimos doze anos, o Brasil continua querendo evoluir, mas continua sendo aquela mesma faixa litorânea, só que agora adorando ser dependente da Venezuela, do Irã e pai da Bolivia, de Cuba e do Haiti - seus mais leais aliados internacionais - não necessáriamente nesta ordem. E o faz por uma simples razão. Nosso ex-presidente Lula, sonha em fazer parte de um núcleo especial de países da ONU e ele sendo o representante. E cabe ao povo brasileiro pagar a conta. Eu diria que em relação ao turfe, a coisa não me parece muito distinta. Continuamos a ser aquela faixa litôranea, só que totalmente dependente dos desígnios de três grandes proprietários com bases na Europa: Coolmore, Godolphin e HH. Aga Khan. E eles fazem o que querem da forma que melhor lhes aprouver.
Vocês devem se lembrar, pois, não foi tão longe assim. Tudo fechado e na hora H, Rock of Gibraltar foi para a Austrália. A titulo de consolação nos mandaram para substituí-lo, a Holy Roman Emperor. Mas como Deus é brasileiro, o feitiço virou contra o feiticeiro. E Holy Roman Emperor virou Cinderela e Rock, bem Rock continua a ser o que sempre foi. Agora foi a vez de Authorized. Bastou dar um ganhadorzinho a mais e pronto, o que parecia certo, nem duvidoso ficou. Simplesmente foi riscado do mapa. Mas como dependentes que somos, teremos que aceitar.
Como disse anteriormente evoluímos na criação e na formação de profissionais, ivoluímos em termos da organização e feitura das corridas. E dasafio quem me prove ao contrário, que igualmente estamos fazendo tudo para decair no ítem que mais evoluímos, o de nossa criação. E quem vai pagar a conta: o proprietário.
E porque afirmei que será o proprietário que pagará a conta? Por que cada vez se torna maia dificil de se vender cavalos para os Estados Unidos. Os argentinos viveram este período e agora estão se recuperando, da única forma possível: ganhando importantes carreiras. Mas para tal tiveram que readequar o perfil aptitudinal de sua criação, abdicar do Pellegrini e voltar a ficar de olho nas Breeders Cups que um dia ganharam. Aos preços que os cavalos são vendidos no Brasil, com os prêmios que são ofertados e o fechamento do mercado de exportação, voltaremos ao estágio de esporte dos reis, só que se não me falha a memória, o último imperador que tivemos, saiu enxotado daqui a quase 120 anos
ACORDA BRASIL!