O gentil leitor, que diz acompanhar há muito tempo meu trabalho e meus escritos, agraciou-me com um comentário, que além de tudo acariciou meu ego. E ego acariciado...
Ele listou, aqueles que segundo ele, foram os cavalos mais importantes a quem eu fui profissionalmente ligado e concluiu que 85% dos mesmos, eram descendentes das linhas maternas que hoje ainda defendo. E complementou seu comentário, terminando com uma pergunta: se eu nunca mudei minhas preferências?
Ao caro amigo, respondo publicamente, pois, creio ser importante a defesa que tenho de minhas teses. Conceitos dificilmente mudam, se consubstanciados em fatos concretos. Se conceitos fossem mudados teríamos que mudar a própria essência da base genética, sobre os quais eles foram erigidos ou aceitar que aqueles fatos concretos, não eram tão concretos assim. E como trabalhamos, tendo como base as provas de grupo, a concretude, é fato a não ser duvidado, quanto mais discutido. Ademais meu objetivos sempre foram os mesmos, muito embora minha visão tenha evoluído, não só quanto a melhor maneira de alcançá-los, como também sobre o patamar dos mesmos.
Tinha o sonho de ganhar o Brasil. Depois o São Paulo e agora tenho em mente o King George e o Arco. Lembro que no inicio da frase não deixei de frisar de tratar-se de um sonho, um sonho pelo qual você luta para tentar fazê-lo tornar-se realidade. E sonho, todos tem o direito de ter. A magnitude do mesmo é que diferencia, os sonhadores. Outrossim se a minha ideologia sempre possa ter sido encarado, por aqueles que não coadunam de meus pontos de vista, como megalomaniaca, a metodologia do qual me utilizei em chegar em um Arco com Much Better e um King George com Hard Buck, penso ser o meu verdadeiro legado. Quem copiar o que fiz, e tendo como base o cavalo certo, vai igualmente chegar lá.
Infelizmente os anos passam e pesam. Todavia, o lado positivo desta situação, é que hoje tenho uma visão mais global de situações particulares e meu instinto cientifico, embora me possa fazer aos olhos de muito como dispersivo, está sempre focado em um determinado ponto. Que varia conforme a necessidade da situação.
Durante esta minha jornada profissional, observei que no turfe brasileiro existe muito profissional preguiçoso, ou mesmo sem tempo, que parte para o jeitinho. O jogo de cintura. O que é uma tendência tropical e que se transformou em uma base importante na formação cultural de nosso povo. Esteotipado como o doce vagabundo, o moleque brejeiro, o malandro boa praça. Mas que na realidade representa, aquele incapaz de cumprir com os seus compromissos. De ir ao âmago da questão. Ai, tem gente que acredita que ele tem olho. Olho também tenho, e digo isto sem a menor modéstia. Mas só olho, não o leva lá. Ajuda, porém não esolve. Se você partir para selecionar elementos só no olho, vai acertar 1 em 20. Se o fizer amparado em certos conceitos mínimos arruma meia-dúzia. E mei-a duzia é sempre maior que um. E se dentro desta meia dúzia, algo que mereça uma Dubai Cup, um King George, um Pellegrini, sua missão foi cumprida.
Resumindo, você tem que ter a experiência e o conhecimento, mas deixar a tecnologia de lado, é dar meia-dúzia de corpos a seus principais adversários. E isto em um turfe competitivo como temos, é um tiro no pé.
VOCÊ TEM QUE CONSTRUIR OU SELECIONAR
AQUELE CAVALO
DE NIVEL INTERNACIONAL
E ENTÃO, SE TUDO FUNCIONAR
PELO MENOS
DISPUTAR AS MAIS IMPORTANTES
CARREIRAS CONTINENTAIS.
Os conceitos que defendo, sempre foram os mesmos. A forma de atingir os seus maiores objetivos, modernizou-se, e a praia? É simplesmente outra...