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quarta-feira, 13 de novembro de 2019

PAPO DE BOTEQUIM: MORREMOS E FOMOS ESQUECIDOS DE SER ENTERRADOS

Voltei. E garanto a vocês que com a corda toda!

Espero que vocês tenham notado minha inatividade, pois, eu a senti de uma forma quase carnal. O tempo nos faz ficar escravos dos hábitos e escrever neste blog nunca deixou de ser um deles. A falta de um meio para comunicar-me criou em mim um senso de culpa. Mas estamos de volta.

Vocês sabem porque sou fissurado em música clássica e ópera? Das formas de arte, que nos alegram pelo mundo, a ópera é das poucas que tem certidão de nascimento registrada. A gente sabe quando, onde e quem por assim dizer, foi seu criador.  Pois é, Dafne, foi a primeira de todas. Hoje sua partitura se foi. Pena. Mas pelo menos sabemos que ela foi cantada no carnaval de Florença do ano de 1597.

Era na realidade uma camarata florentina, composta por Jacopo Peri um apadrinhado do conde de Vernio, igualmente reconhecido pela alcunha de Giovanni Bardi. Ela foi representada seguidamente ate 1604 e impressionou as platéias por ser a fusão da tragédia grega com a música erudita italiana. Nesta Apolo - que certamente seria altuado na lei Maria da Penha por ter perseguido uma ninfa, no caso Dafne - é flexão por Cupido. mas a virgem preferiu se transformar num arbusto, a ser deflorada pelo  voraz assediador. Cupido, que veio em defesa da pobre criatura, alvejou Apolo com sua pequenina flecha, não o matando, mas ferindo aquele Deus, de uma forma perene, pois, para um imortal, sofrer de paixão pelo resto de sua existência era por demais doloroso.

Não era, como já deve ter sido notado, um enredo de grande valia, mas como as tragédias gregas não eram cantadas, nem as cameratas florentina até ali tinham um enredo, juntando-se a fome com a vontade de comer a coisa colou de uma forma extraordinária, pois, vem emocionando platéias por mais de 400 anos. Como o turfe, depois de organizado pelos nobres ingleses, na velha Albion.

A melodia, na Itália, é a essência da música, como o pedigree o é no cavalo de corrida, uma atividade que não tem certidão de nascimento, mas que nasceu como atividade mas ou menos na mesma época e dentro das regras parecidas com as atuais.

De três hits em distâncias longas, ao modelo atual, o homem teve uma importância vital no desenvolvimento do esporte e na atração que este mesmo esporte exerceu sobre a humanidade. Hoje o mundo respeita a ópera da mesma forma que respeita o turfe. Acredito eu com raras exceções, e o Brasil é uma delas.

Na terra das quatro instâncias e do céu varonil de cor de anil, estamos tratando estas duas atividades com o desleixo que os grandes entretenimentos não deveriam ter, e realmente não tem no resto do planeta. Até na Venezuela, respeita-se mais o turfe. Não tenho condições de aquilatar a ópera. Pois bem, fiquei impressionado com o número de pessoas segunda a noite na Gávea. Em determinado momento verifiquei que tinha mais gente reunida em volta de uma TV, assistindo a Botafogo e Avai do que preocupada com que estava acontecendo na pista. E quando um embate de postulantes a zona da degola é um entretenimento mais atraente que as corridas, é por que vamos de mal a pior. Ou pior, já morremos e não fomos enterrados...

Estive jantando com o Quintella, presidente de nossa Associação e tomei conhecimento que a situação do mormo já está tomando seu rumo, o que me faz crer que o canal com a Europa, será reestabelecido. Menos mal. Falta agora, entre outras medidas, a queda desta famigerada taxa de importação, que está sufocando ainda mais a nossa genética.

Queridos amigos e inimigos, o valor de um genética bem selecionada para o Brasil, já está caindo de segunda para terceira mãe. Um enredo como Dafne hoje no Brasil, seria como o de Otelo. Pouco a pouco as grandes importações vão se afastando das primeiras gerações e isto é um sinônimo de um crime consentido. Nós que somos um pais de régio passado e discreto presente, estamos caminhando a não ter futuro algum, se a coisa permanecer nesta mesma toada. A recente participação de nossos principais corredores nos Estados Unidos, foi pífia e em pelo menos um caso ela foi feita da maneira que deveria ser feita. O que isto sugere, a luz dos resultados obtidos? Apenas atesta, para mim, e para a torcida do Flamengo, que estamos no caminho errado.

Somos um turfe de grande história. História esta que está se perdendo com o falecimento de seus grandes atores, que sem nenhum espaço para guardar suas memórias, e esforço algum de nossas autoridades em resgata-las, as veem esvair-se como a fumaça de uma fogueira que pouco a pouco  está sendo apagada.

É triste.

Talvez mais do que isto, vergonhoso. Existiram registros de tudo e testemunhas oculares da história, mas não nos cotizamos para trazer-las a tona, guardando-as em espaço susceptível a visitação.  Seria uma forma de aprender, tendo como base o que outros fizeram. Moral da história, Muito já se foi. Mais ainda irá...

Não deveríamos consertar o presente e de maneira alguma deixar o passado se extinguir? Temos mais apreço a soltar calhordas do que prende-los. Mas no caso do turfe, tenho certeza que o Quintella está preocupado com isto.