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Acho que depois Pelé, o Senna e um ou outro, demonstraram ser o Brasil mais do que paisagens, samba e futebol, Era um pais que embora não levado à sério, era capaz de produzir gente séria. Profissionais de primeira categoria.
Custou muito a nós, acreditar em nosso turfe. Falo tanto de profissionais como cavalos. Mas nunca coadunei com esta desconfiança e assim ainda jovem, era visto como um grande sonhador. Um poeta. Pois, acreditava, já nesta época, que o tiro poderia vir de qualquer lugar. Afinal se o maior criador viera da Itália e o mais importante garanhão do Canadá, porque o Brasil seria excluído desta possibilidade? Praga de prostituta?
O problema, é que depois disto, ninguém aqui no Brasil, ainda acredita. Mesmo levando-se em consideração que uma vez pode ser sorte, duas coincidência, mas três? Não seria uma "tacanhisse" ao extremo?
Qualquer cavalinho que ganha algo no hemisfério norte, imediatamente é visto como máquina máxima, como um ponto fora da curva, como o pico das galáxias. Então pergunto, como você classificaria, Bal a Bali, Lesroixdesanimaux, Pico Central, Einstein, Ivar e Riboletta, pelo que aprontaram nos Estados Unidos? Citei meia dúzia, como poderia estender-me a quinze ou vinte. Não deveríamos medir melhor nossas palavras e manter os elogios dentro de um lógico comedimento?
O que falar de Moreira e Sylvestre de Souza? De Ricardinho e Juvenal, como jockeys? De Paulinho Lobo como treinador? Agora de Robson Aguiar como pinhooker? Não estariam eles na primeira prateleira dos profissionais internacionais? O que eles devem ao profissional de outros países.
Paguei um preço muito alto por pensar assim. Tive que nadar contra a correnteza. Todavia, creio que nunca estive errado. Errado estão aqueles que acham que o made em qualquer lugar, sempre é melhor que o made in Brazil. Posso provar que percentualmente e tendo como base os números, que não o são.
Acreditar em nós mesmos. Não seria um bom começo?
