Sei que palavras, dificilmente movem moinhos e que o vento da moda sopra com maior apego, principalmente entre os desavisados mentais. Que aliás, diga-se de passagem, são muitos no Brasil e se proliferam com extrema velocidade.
Mas não posso me furtar a afirmar, e apelar, mais uma vez, ao bom senso comum, logo aqui abaixo.
Aflijo-me constantemente com pequenas escorregadelas, que a criação brasileira teima em repetir. É triste, raso e porque não dizer já encarado hoje com certa naturalidade, mesmo pelo observador menos atento. E nada parece estar sendo feito, para amenizar esta dolorosa dose. Simplesmente aceita-se, com a naturalidade de um "psicopatismo" assustador.
Esta talvez seja no turfe, uma das poucas possibilidades em que prefiro o abobado ao psicopata de plantão. Pois do primeiro nada pode se esperar. Quanto ao segundo, tudo. Lembram daquele conselho do velho Renato quando da decisão de dividir um quarto em um trem com um idiota ou com Al Capone? Pois é, no turfe, por ser algo de alto custo e que mexe nitidamente com nervos a flor da pele, na maioria das vezes a opção tem que ser inversa.
E no varonil ano após ano, esmeramo-nos com real afinco, em trazer reprodutores do exterior que nada somam na criação nacional. Que nem pequenos legados deixam em suas apagadíssimas passagens, por nossa criação. Outrossim, desiste-se de um e imediatamente é trazido outro que nada melhor faz que o anterior. Falta-nos senso critico? Vergonha na cara? Vontade de pesquisrs e trazer algo de real valia? Sei lá. Talvez um pouco de tudo.
Desde 2007, deixei de morar em Lexington, e isto de alguma forma atenuou a penúria de meus ouvidos dilacerados por ofertas ridículas - e semanais - de garanhões, que depois de negadas suas idas para todo e qualquer centro criatório do planeta, a nós era oferecido. E o Brasil passou a ser reconhecido internacionalmente como a última parada. E o foi de grandes cavalos em pista mas de péssima passagem pelo breeding-shed, tais como Sinndar, Manduro e outros mais. Hoje relegados aos breeding-sheds para steeplechases, um dia foram para nós trazidos com pompas e circunstâncias.. E não estou mentindo atendo-me a aqueles que chamo de garanhões de lista. Atenho-me a elementos extraordinários em pista, mas que levados mesmo a importantes breeding-sheds do planeta, se negaram a florir, o que quer que seja. E nós sempre crédulos, simplesmente, acreditamos sermos mais espertos e que com uma simples mudança de hemisfério o milagre se processará.
Aconteceu com Spend a Buck e talvez com Executioner e Sulamani, mas vocês poderiam citar outros? A verdade nua e crua é que foram centenas trazidos e poucos a contar-se na mão esquerda de nosso atual presidente, que conseguiram realmente virar a mesa. A pergunta simples sereia: valeu a pena?
Um dia me passaram uma lista de eletricistas. Hilario como tinha páginas e mais páginas. Centenas de nomes que se multiplicavam â sua frente, incapazes de produzir algo que você pudesse se lembrar, com um mínimo de jubilo. E todos custaram granas altas e usufruíram de nossas melhores éguas. Que desserviço...
Não quero me tornar de um engenheiro de obras prontas, mas muito menos mereço levar a pecha de prematuro coveiro de covas rasas. Não mereço. Assisto hoje a tudo calado e quando perguntado dou a minha opinião. Se não perguntado, perfeito ir ao cinema.
Ter ganho uma prova de grupo, seja em Newmarket ou em Prairie Meados, nada significa se o grau de dificuldade da carreira não seja avaliado com rigor. Quantos casos no Brasil, mesmo em provas de graduação máxima, algo que não deveria sequer ter participado, ganha a carreira? Isto acontece em qualquer lugar.