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Vocês irão entender, logo aonde quero chegar.
Em atividades competitivas como o futebol e o turfe, ganhar se torna primordial. Mas o simples ato de ganhar, muitas vezes não o qualifica como merecedor do feito. O Flamengo por exemplo vem de ganhar por diferenças mínimas de Criciúma e Vitória, dois postulantes a zona da degola do campeonato nacional, o Z4, jogando um futebol de várzea. Outrossim, cumpriu com sua missão primordial, que é o de levar para casa os três pontos.
No turfe existem também, os ganhadores do acaso, sem que suas vitórias possam ser entendidas, quanto mais explicadas e dentro deste comportamento extrapola-se a dimensão de reprodutores, que com apenas um filho bem sucedido, alcançam um patamar, a que. nunca deveriam pertencer. No varonil com céu cor de anil, que abriga um número incomensurável dos mesmos, tornou-se fato corriqueiro, o fato de se seguir a fama do pai, em detrimento de todo o resto.
Fitz Emilius, fez por um período de tempo seu pai Honeyville, ser visto, como algo considerado assombroso. De uma transcendentalismo repugnante. Long Lady suscitou a errônea idéia que o campeoníssimo nacional Quartier Latin pudesse vir a ser algo de rara importância, da mesma forma que o internacional Gloria de Campeão executou o igual efeito e diria que em maior escala, em relação ao seu, Impression. A verdade é que muitos outros elementos houveram em nossa história, que apenas provam que no pais do, "alguém tem que ganhar", este fenômeno acontece com rara assiduidade. E a turba tende a pegar o lado errado da rua.
E ai entramos naquela velha história, já surrada pelo tempo, que sempre defendi e continuo defendendo, de que cavalo tem também mãe. E na grande maioria das vezes são elas as responsáveis pelo sucesso do individuo em questão.
Em quantas oportunidades a mim foi pedido, adquirir a uma 1-x, ou a uma 14-c, nestas décadas de serviço que trabalhei selecionando animais em Keeneland? Não me lembro de nenhuma. Mas filhas de Mr. Prospector, Seattle Slew, ou outros badalados reprodutores, da época, simplesmente todas ! Não importava qualquer outro fator. O importante era ser filha do requerido chefe de raça.
Temos que perder este terrível hábito de começar a examinar um pedigree, pelo pai que consta no topo do mesmo, e direcionar nossas vistas para a linha inferior do produto, que determina sua linha materna. Só depois de aceita, continuar com nossa inspeção. Temos igualmente de criar o hábito de elevar o pedigree de três gerações apresentados nos catálogos, a cinco, para podermos ter uma idéia mínima da equação genética que o forma, e dos imbreeds que possam existir. E só ai então ter a curiosidade de indagar quem seria o pai.
Se isto não fizesse, nunca teria adquirido uma Estrela Monarchos, um Glória de Campeão, uma Sea Girl ou uma Indian Blossom. Foram suas mães ou a linhas maternas a que pertenciam que me fizeram estar em minha lista de exames físicos. Simples assim. Não foram exatamente seus pais, Monarchos, Impression, Royal Roberto e Fred Astaire a razão de meu inicial interesse. Eles simplesmente me facilitaram a compra.
Creio importante se ressaltar que um pedigree de cinco gerações é formado por 64 nomes, e cada um deles tem uma história. E na lei das dominâncias existem alguns que podem ser aceitos, mesmo por sua reconhecida inutilidade, pelo simples feito de serem facilmente dominados. O problema é aquela erva daninha - os reconhecidos como eletricistas por sua capacidade de cortar as leis de transmissões - que quando existem, se proliferam e estragam todo o campo.
O Gil Moss mostrou curiosidade em conhecer uma lista que contasse os nomes destes eletricistas que passaram pela criação nacional. Tenho uma elaborada pelo Airton Soares e seus amigos, que é realmente impactante. Não sei onde a coloquei, mas certamente não joguei fora e um dia a publicarei. Porém, o que mais me assusta é o fato de trazer grandes nomes em pista fracassados no breeding-shed internacional de centros com um muitos maior potencial genético que o nosso e assim mesmo serem por nós importados a peso de ouro. Como imaginar-se que cavalos como Sinndar, Peintre Celebre, Sagamix, Youth e outros abonadas em seu inicio de campanha reprodutiva, pelo que de melhor havia no mercado em termos de éguas e assim mesmo fracassaram redondamente, que no Brasil, com a simples mudança de hemisfério, iriam se dar bem ? Puro non sense.
Que legado deixaram em termos de possíveis grandes reprodutoras? Eu diria que pouco... quase nenhum ...
Por estas e outras coisas, defendo o garanhão nacional, que em pista demonstrou ter a capacidade de superar as adversidades. Algo a se suprimir de Clackson, Redattore e Romarin, quando em pista? O que poderia faltar a London Moon, Oceano Azul, Garbo Talks, English Major e George Washington?
Meus queridos navegantes, cavalos tem mães, tem estruturas genéticas e até imbreeds e duplicações. Tudo deve ser levado em conta. Nunca apenas de quem possa ser seu pai. Sigam suas próprias crenças e esqueçam-se da opinião popular.
