"Cabeça bonita, quase todos tem. Mas verdadeira qualidade, poucos. Lembrou-mE uma vez George Blackwell.
Ronald Regan que foi na minha opinião, o maior presidente que os Estados Unidos teve, dizia que alguém que concordasse 80% com a forma de seu pensamento, não era de maneira alguma 20% seu inimigo e sim 80% seu amigo. Deu para entender, ou será necessário um desenho?
Não espero que todos concordem com a minha maneira de ver o turfe, e se escrevo há mais de 30 anos em publicações as mais diversas, da Hippus a Turfe e Fomento, do Coruja ao Jornal do Turfe. é porque alguma coisa de sólida há em minhas idéias. Ou estou escorregando no quiabo?
Observar, refletir e concluir, é o trinômio, que erige conhecimento em cada um. Sempre levando-se em consideração que mesmo os mais observadores e que deem tempo de reflexão ao que observaram, poderão tranquilamente concluir erroneamente. Julgamentos podem ser certos ou errados. E quem os lê pode concluir o que quiser. Simples assim. Logo, no turfe, como em qualquer setor, pode-se se ter o certo e o errado.
Viver o leva paulatinamente a angariar mais experiência e esta última cria freios na forma de você agir e ponderar. Contudo quando você se vê na posição de selecionar inéditos, se torna imperativo abandonar um pouco o uso destes freios, e passar a colocar seu nome ao escrutino popular. Selecionar algo para alguém requer uma responsabilidade profissional, acima do normal, principalmente em se tratando de inéditos. E creio não ser necessário explicar porque.
Num leilão como os de Setembro em Keeneland com meia dúzia de catálogos e mais de 5,000 opções, fica claro ser impossível se inspecionar a todos. O que demanda que marcar com atenção no catálogo aquilo que será visto in loco, torna-se-se primordial. E para tal o conhecimento dos conceitos que defendo, pelo menos ajuda.
Alguns elementos que valeriam a pena serem inspecionados, evidentemente passarão em vão. Paciência, faz parte do negócio e você terá que se adaptar ao sistema. Outrossim, sempre é bom levar em consideração que mesmo a Coolmore e a Godolphin gastando milhões anualmente na aquisição de yearlings, seus índices de acertos são modestos, para a grana investida.
Na verdade você tem que ter a sorte de inspecionar aquele que lhe agrade e que possa estar dentro do limite financeiro estipulado por aquele que o contratou. E depois torcer que o que venha a seguir, transporte, aclimatação e treinamento, dê certo e que o elemento escolhido tenha aquilo que você vislumbrou nele. Assim sendo utilizar-se de certos gatilhos que lhe provaram acontecer com maior assiduidade, aumentam em muito as suas chances de sair-se bem. Como sempre ressalvo, o tiro pode vir de qualquer lugar... contudo há de se convir que de certas regiões eles se originam mais ...
Não se chega a uma Little Baby Bear, a uma Estrela Monarchos, a uma Cara Rafaela, a um Da Hoss ou mesmo a uma Indian Hope, por obra e acaso do Espirito Santo. Disso tenham plena certeza. Quem pensar que se trata de somente sorte, este sim fatalmente escorregará no quiabo...