Aceito que sou antigo e talvez isto me faça fora da realidade. A atual, a de Narnia...
Sou do tempo da carta, da régua de calculo e do telefone com fio. Foi uma era de dificuldades. Era necessário se ralar para sobreviver.
Estudava no Colégio Santo Ignácio, ia de ônibus escolar, usava uniforme, pasta de couro e merendeira e estava sujeito a inspeções diárias do padre Chaves.
Hoje estamos cheios de facilidade, mas a que preço? A da criança pestinha ser o Beetlejuice Baby? E não mais, Dennis, o travesso pimentinha? Será que este preço vale de ser pago?
Porém, uma coisa nunca mudou através dos tempos: o custo de obtenção e manutenção do poder. Os mais fracos sempre pagam. Seja na queda da Bastilha, seja na revolução soviética, seja no Brasil dos dias de hoje. Agradeço, por nunca ter recebido a conta. E se recebi, e não fui obrigado a pagar, melhor ainda.
Senti uma modificação profunda no turfe. Quando me interessei por ele, o adotado no Brasil parecia solido e crescendo na direção certa. O estadunidense crescia, o europeu claudicava e o asiático ainda se mantinha em estágio embrionário. Argentina era a pérola do hemisfério sul, já que acreditava-se que na Australia as corridas eram levadas a efeitos com cangurus. Mesmo Phar Lap já tido a oportunidade de ter aberto os olhos de muitos.
Horatio Luro, foi o mentor inicial do turfe argentino nos Estados Unidos. Nós infelizmente fomos colar, apenas algumas décadas depois, com o Paulinho Lobo. Hoje o turfe brasileiro é reconhecido de forma tímida, mas muita coisa funcionou em nosso favor. Não deixamos uma imagem gravada nas terras do Tio Sam e vivemos atualmente de vender nossas jovens jóias para Hong Kong, onde os cavalos são castrados e tratados como mercadoria.
E o Dennis?
Ainda sobrevive na cabeça de alguns poucos, como eu, que relutam conscientemente não se entregar de corpo e alma, ao que o desenvolvimento moderno, exige. Que acreditam na formação de tribos e no desenvolvimento de linhas tronco. Que defendem o posicionamento que o tiro pode vir de qualquer lugar e que se há um túnel, ele terá uma luz a seu final.
Há beleza em tudo. Acreditem, pois, já tive a oportunidade de ver muitos coisa. Ai, em Chantilly e Lexingon, onde vivi a maior parte de minha vida. E se vi é porque fucei. Nada caiu em meu colo de graça.
No mais, um bom dia para todos.
E MAIS TARDE QUE TAL MIESQUE EM SUA PLENITUDE?