Todos os dias leio opiniões esdrúxulas e sou obrigado a ouvir, afirmativas peremptórias de verdades eternas. e absolutas. Principalmente de seres que acreditam que o tomate nasceu da garrafa de Ketchup, ou que tenha sido Steve Jobs quem inventou o telefone e não Alexander Graham Bell.
São os famosos apressadinho que comem cru e ainda reclamam do tempero... Gente que mais atrapalha do que realmente ajuda. Mas eles existem. O que fazer?
Como sempre defendi, ninguém nasce sabendo, mas igualmente levo em consideração é que calado que se aprende. Pelo menos foi assim que assimilei alguma coisa. O pouco que sei, a isto devo.
Uma coisa é deduzir-se algo de uma situação vivida à sua frente. Você pode acertar ou errar. Outra imaginar um circo, cuja principal atração é o que você tem a dizer. O verdadeiro palco da utopia cognitiva e acerbada.
Defendo teorias, mas todas embasadas naqueles que possam até exagerar, mas nunca soar como mentirosos: os números. E sempre agi assim. É certo que de vez em quando, exagero no molho da macarronada e arrisco uma opinião como a que Frankel seria o novo Ribot e City of Troy, o Frankel da Coolmore, que dão certo. Ótimo, mas existem igualmente as outras que não funcionam como achar que Emily Upjhon escalaria o mesmo pico escalado por Enable, Zenyatta, Zarkava e outras deste naipe. Dei mole !
O que me irrita é semanalmente ver gente achando que fulano é uma mega star e sicrano a última Coca Cola do deserto. E depois, de errar 99 e acertar uma, se vangloriar de ter achado a pérola de sua existência. Com aquele famoso, "eu não disse"? É no mínimo menosprezar em muito, o trabalho de Pythagoras ao definir a hipotenusa ou de Galileo opinar pela lei da gravidade...
No turfe o tempo é a melhor resposta para tudo. Opazo criou a tempestade perfeita no Ipiranga e fica aberto nas conclusões de cada um, se Oryx faria ou não o mesmo, se no Brasil tivesse permanecido. Foi a corrida de sua vida do descendente de Londrina? O antigo líder faria melhor? Em que estágio se encontram as devidas evoluções de potros ainda em crescimento?
Seria o singelo fato de os dois portarem binômios mágicos em seus pedigrees, a razão de tanto sucesso? Ou uma simples coincidência? O que dizer de dois Setembro Chove, nascidos no mesmo haras, no mesmo ano, ambos descendentes de uma mesma linha tronco, a 7-a, só que por ramificações distintas, assumirem a liderança de suas respectivas gerações, como nos casos de Outra Vista e Oryx? Destino? União zodiacal? Sorte? Ou tem dedo do Alexandre?
Muitas coisas podem ser ditas e defendidas em relação a resultados obtidos no turfe. E não podem ser esquecidos o árduo trabalho dos profissionais que propiciaram as boas coisas acontecerem no cenário principal da atividade: a pista. Do parteiro ao treinador, do veterinário ao supervisor, do andador ao jinete, tudo é regido sob a batuta de um proprietário, que coloca dinheiro e suor em todas as ações, que são reconhecidos. A ele devem ser dirigidos o louro da vitória.
Não existe um herói maior do que uma equipe coesa. Dirigida por alguém que os deixa alçar vôos maiores. E creio que o Paraná, está dando aula neste setor, sem demérito algum a Bagé, que igualmente cria por intermédio de suas equipes, igualmente, tempestades perfeitas.
Aplaudo e tiro meu chapéu para os que ousam num turfe falho como o brasileiro. Gente de muita fibra e coragem. Desta vez foi o Cifra no sábado do Ipiranga. Outras vezes foram o Rio Iguassú, Santa Rita, São José, Belina, cid Campelo e o Eraldo. E sempre existirão as da turma de Bagé, com o Araras, o Doce Vale, Rio Dois Irmãos e Eternamente Rio e o Old Friends, que também, na hora H, darão seu recado. Não os comparo. Apenas os aplaudo.
No turfe nunca existirá primazia eterna. O pêndulo oscila conforme o peso da ocasião. O principio de que o tiro pode vir de qualquer lugar, independentemente de bairrismos, nacionalismos e gostos pessoais, é no que deve prevalecer na cabeça de todos, pois, de uma coisa tenham plena certeza: não há "infabilidade" nesta atividade.
E como diria vó Adelina, "quem ri por último ri melhor".