Desculpe por mais uma vez me estender sobre um mesmo assunto, mas sem conceitos rijos, não se chega a um projeto estável.
Sempre entendi que o cavalo, especialmente o de corrida, desde cedo tem que se adaptar a rotina. Isto o torna - com o desenvolvimento - numa criatura de hábitos. Hora para comer. Hora para treinar. Hora para correr, enfim, hora para tudo.
O homem depois que cresce se liberta de alguns de seus hábitos. Mas não de todos, como chamar uma lamina de barbear de gilete o X, de twitter. E ele, até hoje continua a "tuítar" no X. Pandego, não?
Porém no turfe, nós brasileiros temos uma tendência, quase doentia, de agirmos nos três Ps da morte:Pífio, Patético e Pândego. Agimos, na grande maioria das vezes. como índios, a procura no céu, de sinais de fumaça, que nos mostre o caminho da certeza. Exemplo? Vem um cavalo de determinada tribo e dá certo, imediatamente vários outros serão importados, independente quem possa ser a mãe e que possua, possíveis semelhanças locomotoras com aquele que ensejou o interesse. Trata-se do jogo do achismo.
Dois filhos de Sunday Silence, ganhadores de múltiplas provas de grupo, pitam bem em nosso cenário, e imediatamente uma enxurrada de netos, de fracas campanhas são imediatamente trazidos, com preços de transporte mais caro do que os próprios de aquisição. E para muitos parece ser a mesma coisa. Normal, corriqueira. Mas seria? Como que as sobrinhas de Gisela Budchen pudessem vir a ter as mesmas qualidades da tia. Pifio, Patético, Pandego...
Em algum casos, como nos das tribos de Forty Niner e Buckpasser na América do Sul, funcionam. Da mesma forma que nem todo treinador de futebol de origem portuguêsa vai dar certo no Brasil, não será todo descendente de Sunday Silence que irá surtir o efeito desejado na criação brasileira. Capice ?
Aceito o fato que a adaptabilidade da tribo, pode ser um fator a se levar em consideração. Mas até aqui, somente em casos específicos. E porque estaria eu me reportando a isto, sendo eu, reconhecidamente um daqueles que acredita que cavalo de corrida, tenha mãe, e a qualidade de muitos dos mesmo, pode residir em sua linha baixa, numa afinidade, em um imbreed, ou mesmo numa estrutura genética? Porque, infelizmente no Brasil, o importante para grande maioria é o pai da criança. Nunca a mãe ou o conjunto.
Ninguém nunca me pediu para adquirir uma La Troienne, ou uma Pretty Polly, quando mais ativo me encontrava em Keeneland. Os pedidos são invariavelmente por filhas de Mr. Prospector, A. P Indy ou outro garanhão que esteja na crista da onda e pasmem não necessariamente como avôs maternos, o que me parece ser mais uma ilusória percepção, Afinal as Northern Dancer não "performaram" com requinte, como os seus machos em termos reprodutivos.
Entenderam ou vou ter que desenhar. ]E claro que quando você"e consegue uma Mr. Prospector ou uma A. P. Indy, dependendo da idade, em 90% dos casos elas pertenceram a linhas tronco consagradas. Mas porque elas se tornam viáveis? Talvez pela presença de uma Lucrecia Borgia em seu segmento reprodutivo. Temos atualmente mais de meia dúzia de filhas do consagrado Galileo, na reprodução brasileira, faz mais de uma década e até agora nenhuma delas disse ao que veio. Creio que pelo que foi defendido, dá para se entender o porque do fracasso...