Existe beleza em todo detalhe, pois são seus olhos e seu cérebro, que a detecta. Há beleza numa peça de Mozart, num quadro de Rubens, numa invenção de Da Vinci, num texto de Shakespeare, num Jab de Mohamed Ali, num gol de Pele, numa ultrapassagem de Sena e mais do que tudo, na forma de correr de um Frankel.
Vários são os que me perguntaram e ainda existem muitos que me perguntam, o que me fez ver em Frankel, logo após a sua estreia, dizer, alto e de bom som, que ele seria o segundo Ribot. Pois vos digo, a beleza do detalhe, de como lançava seus dianteiros em perfeita coordenação com seus posteriores, Da harmonia entre seu pescoço e espinha dorsal. Detalhes que só havia detectado em Dancing Brave, Nijinsky, Naswam e não me lembro de outros mais, até vê-lo, pela primeira vez em ação.
O magnetismo de sua ação, de um equilíbrio e de uma harmonia, diferenciados, me fizeram crer que estava a frente de algo sublime como uma composição de Morricone ouvida no Coliseum de Verona. Contei cada segundo para revê-lo em ação. E assim foi por todos as suas restantes corridas. Eu passei a ser parte dele e quando já no final de sua carreira, o vi no reduto de Sir Henry Cecil, tomei conhecimento que ele ao vivo e a cores, fora um dos cavalos entre os milhares que inspecionei, que mais me chamaram a atenção.
Fico grato de tê-lo visto e de ter reconhecido toda a sua grandeza. E esperançoso de poder ver em algum outro inéditos que irei inspecionar ai no Brasil, algo a sua imagem e semelhança. Um novo Much Better, talvez um Einstein ou quem sabe a nova versão de Gloria de Campeão.
~E um aviso que deixo a meus navegantes.