Você acredita na barbada, na existência do favorito exacerbado? Do incapacitado a ser derrotado?
Ontem, Flamengo e Palmeiras conseguiram vencer de dois timecos, com rara dificuldade e por diferenças mínimas. Aparentemente jogar na casa de seus adversários, prejudicou em muito a performance dos dois clubes de maior investimento da América do Sul. Ou será o fato de sentir-se superior e capaz de vencer na hora que assim desejassem, foi um detalhe crucial, em ambas situações?
Tenho verdadeira pavor do favoritismo exacerbado e repudio veementemente desde todo o sempre, aquilo que no turfe parece ser uma barbada fundamental. Afinal o simples fato do proprietário achar, o treinador achar, o jockey achar e a imprensa especializada achar também, não configura para mim que a barbada é certa de triunfar, no momento em que ninguém consulta o ser principal na questão. O próprio cavalo de corrida.
Porque Nijinsky perdeu o Arco para Sassafras. Zenyatta a Classic para para Blame. Dancing Brave o Derby para Shahrastani, Brigadier Gerard, o Benson and Hedges para Roberto, Native Dancer o Kentucky Derby para Dark Star, Sea-Bird o Grand Criterium para seu companheiro e barn Grey Dawn, e até Man´O War o Sandford para Upset? Destino? Maldição? Ou simplesmente o simples fato do grande nome, não estar num dia propicio para apresentar o melhor de sua performance?
E atentem que em alguns casos, não foi por falta de aviso, Blame, Dark Star, Upset, Grey Dawn... Que nomes para verdugos ?????
Pois é meus amigos, elementos superiores, também tem seus maus dias. O que aconteceu com Dubai Millennium, em seu Derby, ou City of Troy em seus Guineas? Poucos irão saber explicar. Em alguns casos até os responsáveis mais próximos aos mesmos, serão incapazes de precisar com exatidão, qual o fator.
Logo, meu caro Carlos Augusto, nunca acreditei na existência da barbada. E penso ser dificilmente crível, de se imaginar no perene invicto, mesmo tendo casos difíceis de se explicar como os de Kincsem, Black Caviar, Eclipse, Ormonde e Ribot, cinco dos setes mais notáveis invictos de nossa história.
Houveram invictos sublimes, como estes cinco citados e no mesmo padrão arriscaria a colocar outros nomes como Colin e Personal Ensign nos Estados Unidos, Macon na Argentina, Frankel, na Inglaterra e Nearco na Europa, entre aqueles capazes de estar entre o invictos com mais de 12 vitórias.
Como então classifica-los? Pelo número de vitórias? Pela qualidade das mesmas? Como por exemplo comparar os invictos norte-americanos Flightline e Justify? Creio que muitos elegerão o primeiro, embora o segundo tenha sido tríplice coroado. Olha a enrascada...
Eu por exemplo, considero que Ribot tenha que ser destacado, afinal dois Arcos e um King George, não são coisas simples de serem conquistadas por um único cavalo. E o que dizer então de uma não invicta mas capaz de ganhar três King Georges e dois Arcos? Seria então ela superior ao craque de Tesio?
Será que eles não perderiam se corressem mais uma carreira?
Invencibilidade funciona por um período. Tem uma data de expiração como outro produto qualquer. Saber parar no tempo exato, é a única coisa a ser tentada. O resto é orar...