QUEM AVISA AMIGO É

A partir de 1964, com a criação da Nike, o tênis sofreu um impulso mercadológico brutal como os Jeans e a concepção de se vestir, mudou inteiramente no mundo. Hoje o tênis e o jeans determinam o padrão da moda no Japão, no Brasil e ate no Azerbaijão.

O mesmo aconteceu com a criação de cavalos no mundo. St. Simon foi o primeiro nome de destaque, mas seguiram-se Hyperion, Nearco, Native Dancer e hoje vivemos a era Dubawi e Into Mischief. Do fio ao pavio. Da velocidade a estamina. E eu que no inicio da minha existência usava tênis Conga, e cresci à imagem de Northern Dancer, hoje me vejo embevecido pela Hoka e completamente dominado pelos Galileos.

Estas mudanças são necessárias na vida. Encarar o mundo de formas distintas, o faz evoluir, pois, exige de você, um acompanhamento constante da situação. Você tem que reciclar a sua maneira de pensar, mantendo apenas a lógica como constância.

O que se esperar das tribos ? Que dentro do possível se mantenham efetivas, no maior número possível. Mas como fazer com todas, se a dominância pode vir a ser um dom passageiro ? Afinal o foi para os Tourbillons, os Harry Ons, a até para os St. Simons e Hyperions. Tribos um dia dominantes e hoje pertencentes ao reino do ostracismo.

A melhor forma de se manter a dominância em países do terceiro mundo de corridas de cavalos, é se fixar no garanhão nacional. Não poderiam os filhos de Locris, Waldmeister e Henri le Balafré terem se fixado com raizes definitivas em nossa criação ?

Quem tem memória lembra que há pouco publiquei um artigo sobre a participação de grandes cavalos brasileiros em nossa criação. Não concedo que reprodutores parcamente aproveitados, com um número restrito de éguas servidas e mesmo assim atinja um percentual acima de 4% na produção de ganhadores de grupo, não tenham feito  pelo menos um filho reprodutor de sucesso.

Da lista que se segue, apenas Itajara, um tríplice coroado invicto, e amparado pelo haras que o criou, conseguiu fazer dois reprodutores - Siphon e Romarin - destaque, mas que igualmente morreram sem nem chegar a praia.

Reparem o alto percentual alcançados por "fracassados" como Much Better e Quick road, dois ganhadores do GP. Brasil.

SETEMBRO CHOVE	FAST GOLD	14	267	5,24
MUCH BETTER	BAYNOUN	7	144	4,86
EGOISMO	ALBERIGO	10	210	4,76
SABINUS	HYPERIO	10	213	4,69
ITAJARA	FELICIO	10	220	4,54
DIDIMO	NEDAWI	2	45	4,44
BARONIUS	FALKLAND	11	250	4,4
QUICK ROAD	JULES	8	183	4,37

Setembro Chove e Didimo ainda estão vivos e em atividade. Não poderiam eles ser o inicio de algo ? 

Há décadas vimos perdendo importante residual genético, agregado por importados que deram certo no Brasil. Até quando isto será a tônica ?