Não recrimine a aqueles que não entendam as suas escolhas.
Muitos podem achar que sou de outra era. Talvez eles até tenham razão. Outrossim, ainda sou dos poucos - que podem hoje ser contados nos dedos na mão esquerda do Lula - que ainda acreditam e respeitam tradições. Principalmente em se tratando de turfe.
Logo, mesmo sendo uma carreira enfadonha, para muitos fora do contexto, acredito que a grande tradição da mesma, ainda a faça uma prova desejada. Não tanto por seu valor econômico, mais sim por seu apelo de tradição. Evidente que estamos falando da Gold Cup, que será disputada daqui a algumas horas em Royal Ascot, que por sua vez, viverá seu terceiro dia.
É uma prova que trás sua bagagem própria, uma característica que considero básica: a de repetir seus vencedores. Notem que do pós II Guerra Mundial, para os dias de hoje, pelo menos uma dúzia dos vencedores da mesma, se repetiram, como se trata-se de uma dose imperativa, coisa que dificilmente acontecia antes da catástrofe citada. Para se dizer a verdade em apenas quatro oportunidades nos primeiros 55 anos do século passado., esta tendência se verificou. Mais exatamente com Trindom (1931 e 1932), Invershin (1928 e 1929), Prince Palatine (1912 e 1913) e The White Knight (1907 e 1908)
E porque ? Porque a estamina foi perdendo seu valor comercial, principalmente acima da milha e meia, para fins reprodutivos. Hoje o ganhador desta prova leva o rotulo na testa; steeplechase. Poucos são os cavalos formados na antiga estamina que serão testados no breeding-shed do flat. Logo quem a possui estamina prolongada nos dias de hoje, simplesmente deita e rola ! Antes um grande número a tinha e ficava mais difícil se bisar.
Tivemos em nossa história ganhadores desta prova em nosso plantel de reprodutores. Que me lembre, pelo menos quatro: Shangamuzo, Pardallo, Elpenor e Felicitation, Nenhum deixou saudades...
Apenas a titulo de ilustração.
Stradivarius (2018 a 2020)