Bom dia! Vamos adentrar novamente nos meandros do turfe e da criação do PSI para comentarmos duas carreiras na França com aquele levantamento de dados dos cruzamentos vencedores. Hoje falaremos do Prix Guillaume d'Ornano, G2 na milha e um quarto, e depois vamos para a milha de G1 do Prix Jacques le Marois, que teve final de arrepiar. Antes de seguirmos farei uma referência à minha coluna da semana passada, quando comentei sobre o Emcee, reprodutor do Haras Santa Maria de Araras. Durante a semana tive a oportunidade de conversar com o Dr. Fred, responsável pela operação do haras, que me explicou alguns detalhes. Primeiro que a pouca quantidade ofertada de produtos que vi se deve a um fenômeno da natureza onde nasceram muito mais éguas do que machos desse reprodutor na geração 2024. Como o haras reserva uma série de linhas maternas, a quantidade de machos ofertada foi reduzida. Depois, posso dizer que Emcee é tido em ótima conta dentro do centro criatório e continuará recebendo as oportunidades que lhe cabem conforme a valorização que o mercado dá aos seus produtos e o desempenho em pista dos seus filhos. Agradeço a atenção do Dr. Fred e deixo acima o esclarecimento que penso ser importante. Vamos agora partir para Deauville, França.
No sábado tivemos uma vitória de ALOHI ALII, um japonês de 3 anos, pouco corrido e que não havia ainda vencido nenhuma prova de grupo. A vitória foi dominante e suprema. Largou atrás, seu jóquei sentindo que não havia ritmo na prova o lançou para ponta e só foram pegá-lo na ducha. Ignorou seus rivais. Ele é filho do prematuramente desaparecido DURAMANTE na mamãe Espoir (Orfevre). O descendente de King Kamehameha cobriu entre os anos de 2017 e 2021, tem 685 filhos em idade de corrida, com 4% de BW e AEI de 2,00. O avô materno Orfevre, animal que é uma paixão aqui em casa, um tanto quanto doido, tem 154 netos em idade de corrida, com também índice de clássicos de 4% BW e AEI de 1,40 na categoria. Esse garanhão tem ficado bem abaixo da expectativa para as chances que teve e aqui como avô não tem potencial para agregar valor ao papai. O cruzamento entre os dois só foi tentado em 3 míseras oportunidades e obviamente tem números estupendos, mas que não tem valor estatístico e não permitem extrapolação dos dados observados. A mamãe, Espoir fez este seu primeiro produto, já ganhador de grupo e ela mesma é colocada em prova de G3. Entre as linhas maternas dos avôs, o cruzamento mais realizado de DURAMENTE foi com a linha de Hail to Reason-Halo com 113 registros e 4% de BW, alinhado com o resultado do garanhão. Como tem aparecido nos meus artigos, muitas vezes a modinha mais tentada não é a mais eficiente, apesar de aparecer muito para os contadores de vitórias, pois elas acabam gerando um maior número absoluto de vencedores. Cuidado com os falsos profetas que os levam para o abismo de forma ligeira.
E no domingo, uma milha em reta com final sensacional entre DIEGO VELAZQUEZ e Notable Speech (ressucitado!), onde o filho de Frankel, bem corrido, teve sua primeira vitória de G1. O percurso não foi favorável ao derrotado, que deixou a impressão de que dias melhores virão para sua carreira. Fracasso da japonesa favorita Ascoli Piceno e corrida ridícula de The Lion in Winter da turma de Ballydoyle. A vida é assim, uma no cravo, outra na ferradura. O ganhador é filho do afamado FRANKEL na mamãe irlandesa Sweepstake. O filho de Galileo é um dos reprodutores mais caros do mundo, topo de linha na Europa e conta com 1413 filhos em idade de corrida, estonteantes 12% de BW e AEI de 2,85, demonstrando sua superioridade. Ele que vinha dominando as estatísticas europeias até 2023, caiu para sétima posição ano passado e hoje se encontra em quinto lugar na atual temporada. Para quem foi rei dominante ele desceu alguns degraus em desempenho, sem deixar de produzir animais como DIEGO VELAZQUEZ e a vencedora do Oaks em 2025, MINNIE HAUK. O vovô Acclamation tem 1620 netinhos em idade de corrida, 3% de BW e AEI sofrível de 1,03. Como podemos ver, não é ele quem puxa o desempenho do cruzamento. O desempenho das descendentes de Try My Best-Waajib quando cobertas por FRANKEL apresenta 32 produtos e 9% de BW, número bem superior ao do cruzamento direto com o vovô analisado. A mamãe Sweepstake, já uma “velha guerreira” da criação, tem 11 produtos registrados e produziu anteriormente a Broome ganhador de G1 e ao seu irmão inteiro Point Lonsdale, laureado em G2. Muito cuidado com o cruzamento de FRANKEL com as descendentes de Danzig, muito usado na Europa e de pouco eficiência em pista. Finalizo agradecendo a audiência que a minha coluna tem e digo para os que morrem de dor de cotovelo com meu trabalho, que a inveja é somente admiração transformada em pecado capital. Reflitam. Até breve na Live de segunda-feira.
Abs, Baronius
Bom dia! Vamos adentrar novamente nos meandros do turfe e da criação do PSI para comentarmos duas carreiras na França com aquele levantamento de dados dos cruzamentos vencedores. Hoje falaremos do Prix Guillaume d'Ornano, G2 na milha e um quarto, e depois vamos para a milha de G1 do Prix Jacques le Marois, que teve final de arrepiar. Antes de seguirmos farei uma referência à minha coluna da semana passada, quando comentei sobre o Emcee, reprodutor do Haras Santa Maria de Araras. Durante a semana tive a oportunidade de conversar com o Dr. Fred, responsável pela operação do haras, que me explicou alguns detalhes. Primeiro que a pouca quantidade ofertada de produtos que vi se deve a um fenômeno da natureza onde nasceram muito mais éguas do que machos desse reprodutor na geração 2024. Como o haras reserva uma série de linhas maternas, a quantidade de machos ofertada foi reduzida. Depois, posso dizer que Emcee é tido em ótima conta dentro do centro criatório e continuará recebendo as oportunidades que lhe cabem conforme a valorização que o mercado dá aos seus produtos e o desempenho em pista dos seus filhos. Agradeço a atenção do Dr. Fred e deixo acima o esclarecimento que penso ser importante. Vamos agora partir para Deauville, França.
No sábado tivemos uma vitória de ALOHI ALII, um japonês de 3 anos, pouco corrido e que não havia ainda vencido nenhuma prova de grupo. A vitória foi dominante e suprema. Largou atrás, seu jóquei sentindo que não havia ritmo na prova o lançou para ponta e só foram pegá-lo na ducha. Ignorou seus rivais. Ele é filho do prematuramente desaparecido DURAMANTE na mamãe Espoir (Orfevre). O descendente de King Kamehameha cobriu entre os anos de 2017 e 2021, tem 685 filhos em idade de corrida, com 4% de BW e AEI de 2,00. O avô materno Orfevre, animal que é uma paixão aqui em casa, um tanto quanto doido, tem 154 netos em idade de corrida, com também índice de clássicos de 4% BW e AEI de 1,40 na categoria. Esse garanhão tem ficado bem abaixo da expectativa para as chances que teve e aqui como avô não tem potencial para agregar valor ao papai. O cruzamento entre os dois só foi tentado em 3 míseras oportunidades e obviamente tem números estupendos, mas que não tem valor estatístico e não permitem extrapolação dos dados observados. A mamãe, Espoir fez este seu primeiro produto, já ganhador de grupo e ela mesma é colocada em prova de G3. Entre as linhas maternas dos avôs, o cruzamento mais realizado de DURAMENTE foi com a linha de Hail to Reason-Halo com 113 registros e 4% de BW, alinhado com o resultado do garanhão. Como tem aparecido nos meus artigos, muitas vezes a modinha mais tentada não é a mais eficiente, apesar de aparecer muito para os contadores de vitórias, pois elas acabam gerando um maior número absoluto de vencedores. Cuidado com os falsos profetas que os levam para o abismo de forma ligeira.
E no domingo, uma milha em reta com final sensacional entre DIEGO VELAZQUEZ e Notable Speech (ressucitado!), onde o filho de Frankel, bem corrido, teve sua primeira vitória de G1. O percurso não foi favorável ao derrotado, que deixou a impressão de que dias melhores virão para sua carreira. Fracasso da japonesa favorita Ascoli Piceno e corrida ridícula de The Lion in Winter da turma de Ballydoyle. A vida é assim, uma no cravo, outra na ferradura. O ganhador é filho do afamado FRANKEL na mamãe irlandesa Sweepstake. O filho de Galileo é um dos reprodutores mais caros do mundo, topo de linha na Europa e conta com 1413 filhos em idade de corrida, estonteantes 12% de BW e AEI de 2,85, demonstrando sua superioridade. Ele que vinha dominando as estatísticas europeias até 2023, caiu para sétima posição ano passado e hoje se encontra em quinto lugar na atual temporada. Para quem foi rei dominante ele desceu alguns degraus em desempenho, sem deixar de produzir animais como DIEGO VELAZQUEZ e a vencedora do Oaks em 2025, MINNIE HAUK. O vovô Acclamation tem 1620 netinhos em idade de corrida, 3% de BW e AEI sofrível de 1,03. Como podemos ver, não é ele quem puxa o desempenho do cruzamento. O desempenho das descendentes de Try My Best-Waajib quando cobertas por FRANKEL apresenta 32 produtos e 9% de BW, número bem superior ao do cruzamento direto com o vovô analisado. A mamãe Sweepstake, já uma “velha guerreira” da criação, tem 11 produtos registrados e produziu anteriormente a Broome ganhador de G1 e ao seu irmão inteiro Point Lonsdale, laureado em G2. Muito cuidado com o cruzamento de FRANKEL com as descendentes de Danzig, muito usado na Europa e de pouco eficiência em pista. Finalizo agradecendo a audiência que a minha coluna tem e digo para os que morrem de dor de cotovelo com meu trabalho, que a inveja é somente admiração transformada em pecado capital. Reflitam. Até breve na Live de segunda-feira.
Abs, Baronius