Sempre respeitei a critica ou a objeção de quem quer que seja, contudo com diferentes reações. Aos que respeitava, calava-me e refletia. Aos que não, as deixava entrar por um ouvido e sair pelo outro, embora sabe-se de antemão que os ouvidos não tenham uma ligação fisica. Ou tem ?
Teria havido alguma que não dei ouvidos, e estava certa? Uma ou duas no máximo. E o que fiz ? Procurei a pessoa e confessei o meu erro de avaliação. Bom samaritano ? Não apenas honesto comigo mesmo.
Gordon Richard ganhou 4,870 carreiras na Inglaterra e nada menos que 26 títulos em um período não muito superior a 30 anos. Porém segundo George Blakwell embora possuísse impecável balance, perfeita noção de percurso e aquele ímpeto pela vitória, faltava-lhe o toque de genialidade que sobrava em Piggott. Mal comparando é como ele fosse o Ricardinho e o Piggott o Juvenal. Um se fez um grande jockey por disciplina, outro simplesmente nasceu com o talento para tal.
Evidente que os proprietários britânicos preferiam a forma de Gordon em agir. Um sujeito de princípios, leal aos que nele confiavam. Um homem de palavra, cumpridor de seus deveres. Já estes mesmo dotes não eram enxergados por estes mesmo proprietários em relação a Piggott. Onde no marcador queria ser primeiro, ao preço que fosse necessário de ser pago.
Ambos tinham que vencer as mazelas impetradas de seus corpos. Gordon com uma tuberculose nunca curada e Piggott com um controle de peso levado à champagne de bolachas de sal. Um veio a vencer a apenas um Derby. Outro a nove e um total de 4,493 vitórias e 11 títulos.
Duas personalidades distintas, que fracassaram a seguir na arte de treinar cavalos de corrida. Dois elementos feitos Sir, pela Rainha, sendo que apenas um manteve o titulo. Adivinhem qual ? E como no caso nacional de Ricardinho e Juvenal, uns preferem o primeiro ao segundo e ninguém pode ser taxado de errado.
