Não existe momento maior em sua vida profissional, do que aquele que você vê confirmada a suspeita criada quando da seleção de algo que na época o impressionou sobremaneira. Trata-se do sonho que se materializa em realidade. Funciona, como de repente do escuro, alguém simplesmente acendesse a luz. Graças a Deus, os tive, mais até que os merecesse.
Cada um destes raros momentos, vem de forma distinta, trazida por um participante inédito na questão e assim lhe propicia formas distintas de recebimento e de como encarar a nova realidade. O de Cara Rafaela, foi um dos mais marcantes, pois, acabara de entrar com Cristina no paddock de Keeneland, quando ouvi meu nome ser chamado por uma voz que conhecia bastante bem. Virei-me e fui ainda capaz de ver aquela figura imponente de Wayne Lukas, sair do meio de um grupo de jornalistas esportivos e vir em minha direção. Pode parecer preciosismo demais de minha parte, contudo o que se comumente acontecia, eram pessoas indo ao encontro de Lukas, e não o sentido contrário.
Eu e Cristina, por segundos nos sentimos presos ao solo. Ele veio sorrindo, cumprimentou-nos com o mínimo de afabilidade e foi direto ao assunto, como sempre foi sua mneira de ser: "a tordilha que compramos em Keeneland, é realmente de corrida". Imaginem ouvir da boca daquele que era considerado na época, o mais importante treinador norte-americano. A garganta secou, mais ainda tive a presença de espírito de perguntar se ele havia já comunicado ao proprietário, ao que ele respondeu: "ainda não, pois acredito que seja você que deva fazê-lo." E antes que eu pudesse esboçar qualquer outra reação, complementou: " Não se preocupe, ela será líder da geração".
Você ouvir de alguém com a reputação de Lukas, lhe dizer isto diretamente, talvez seja tão grande como a de constatar ter ganho no Powerball daqui. E da mesma forma que apareceu, ele voltou a desaparecer, só que agora era eu que me via cercado de colegas jornalistas, a me cobrar informações.
Por um momento eu que sempre tivera um lugar discreto nas Press Boxes dos hipódromos norte-americanos nos grandes dias de corrida, como num passe de mágica me via agora o centro das atenções. Acreditem, são direções diametralmente opostas...
Ao navegante que me inquiriu qual teria sido o momento maior em minha existência profissional, diria ser este, um deles. Nunca o esqueci e sempre fui grato a Wayne, por proporcionar-me. E graças a Deus, não foi o único, que vivi em minha longa vida profissional.