A tarde começou com a disputa do GP Rocha Faria em 2.000m grama para potrancas de 3 anos. Vitória de Only Believe, filha de Sangarius em mãe Major Storm (Storm Cat), família 9-g, tendo com quarta mãe a craque brasileira Emerald Hill. A ganhadora tem apenas quatro corridas para três vitórias e uma terceira colocação na estreia no início de junho. Devemos ainda ter outros bons filhos de Sangarius aparecendo até janeiro, não será surpresa. Renato e Eu vimos a esta primeira geração de Sangarius ainda ao pé das mães e na média eles eram muito tardios. Ainda é muito cedo para tirar alguma conclusão de Sangarius, o bom senso fala em esperar pelo menos três gerações corridas para iniciar um perfil do reprodutor, mas a primeira impressão parece que ele irá no caminho da família materna, mais para distâncias clássicas do que para precocidade e velocidade de seu pai Kingman. Muito cedo ainda, reforço ser uma primeira impressão.
Outra prova que chamou a atenção foi a vitória de Legender no GP Cordeiro da Graça GII, filho de Put It Back em mãe Our Emblem, 5x5 em Lyphard, família 9-c. Que ano da família 9-c que lidera com 42 vitórias em provas de grupo, cinco a mais que a segunda colocada 9-f. Legender traz em seu pedigree dois pontos de força que se manifestam nos filhos de Put It Back, a mãe descendente em linha alta de Mr. Prospector e o inbreeding em Lyphard. A vitória de Nova Deli no GP Marciano de Aguiar Moreira GII foi outro ponto para o interminável Put It Back.
A primeira vitória de GI do dia, o GP Jockey Club de São Paulo em 2.000m grama foi vencida por Zucca Baby, filho de Hofburg em mãe Wild Event, família 12-d tendo como terceira mãe a matriarca do Doce Vale de nome Donnegalle. Ele é um cavalo tipo exportação, me chamou a atenção sua estréia no início de maio, cantei a bola para o Gameiro antes da disputa do GP Jockey Club Brasileiro GI onde ele ainda estava muito verde ainda na sua segunda apresentação. Outro detalhe a não se passar despercebido, cantei a bola chamando a atenção para os compradores avaliarem os onze lotes que tinham com este mesmo cruzamento no leilão do Araras deste ano. Hofburg e Wild Event são dois reprodutores que normalmente melhoram o físico do cruzamento, por tanto usá-los em sequência deve nos brindar com bons animais. Recado dado, quem aproveitou, desejo que se confirme o sucesso aguardado.
Escrevi no nosso grupo, cheguei ao Rio de Janeiro com a sensação que Etherium não ganharia, porque, não tenho a menor ideia. Normalmente o Latino é ganho pelo cavalo do país local, o Brasil nunca tinha perdido em casa. No paddock me chamou a atenção do profissionalismo como caminhavam, do chileno Medjool (2° lugar) e do argentino Need You Tonight (7°). O outro argentino Vundu (11°) também estava bem apresentado. Fiquei com receio de dar Argentina na disputa deste ano no Brasil. Eu já tinha visto o Obataye no paddock em outras oportunidades, também trata-se de um cavalo profissional, tranquilo. Mas no padock parecia assustado, olho arregalado, incomodado com o bridão, nervoso.. fiquei com receio pois teria apostado nele. Na segunda em rápida conversa com Luis Felipe Pelanda, me mandou vídeos do cavalo antes da corrida, estava muito tranquilo, talvez a língua amarrada tenha incomodado um pouco, bom que tive uma impressão errada e no final deu tudo certo com a vitória brasileira. O que mais me impressionou foi Seiquevouteamar, no paddock parecia um cavalo que ia correr na cancha reta pelo movimento inquieto de suas mãos, achei que iria parar antes e quase que não alcançam ele no final.
Nos dois GI do dia, vitórias para filhos dos irmãos maternos Hofburg e Courtier. A mãe de ambos certamente tem muitos méritos, falo de Soothing Touch que além de produzir ambos reprodutores, produziu a ganhadora de GI de nome Emollient (American Oaks, Spinster S. e Rodeo Drive S.) já produtora clássica na Europa. Alguém por aí já simulou o cruzamento de Hofburg em mãe Courtier ou vice versa? Quem sabe cobrir Etherium com Hofburg?
Até a próxima quarta, abraço virtual
Marcel Bacelo
