Como já deixei claro em mais de uma oportunidade, não sou um homem de certezas, sou mais de dúvidas, mas em momento algum, deixei de pensar fora da caixinha. A começar pelo simples fato de acreditar que um cavalo brasileiro poderia correr provas como o Arco e o King George, sem dar vexame. Acho que provei meu ponto com Hard Buck, ou estarei escorregando no quiabo?.
Por sua vez, a descoberta da necessidade de uma aclimatação ao novo hemisfério me fez acreditar que um cavalo nascido no Brasil e exportado inédito para os Estados Unidos, portanto, iniciado por lá, poderia vencer com mais facilidade uma Breeders Cup Classic ou um Santa Anita Hcp. E não é que Einstein provou que eu não estava sonhando alto demais?
Bastava preparar-me a distinguir o raro do comum e meio caminho estaria ganho. O restante do mesmo, residia de convencer a um investidor que creditasse em mim a confiança de arquitetar um projeto, não importando a magnitude do mesmo.
Pois bem, nunca me dignei a pedir permissão para voar, pois embora não fosse dotado de asas, o céu - a meu conceito - não pertencia a ninguém. Estava livre para ser explorado.
Logo, quando um navegante me perguntou se não sinto falta de estar presente - como sempre estive - aos grandes eventos do turfe, respondo que a semana preparatória do citado evento, é que mais sinto falta de não mais participar. Pois foi ali que aprendi cada detalhe que se torna necessário para o sucesso de uma empreitada.
Você respirar o mesmo ar pela manhã de um Dancing Brave, de um Frankel, e de um Holy Bull, não faz mal a ninguém. A tensão e os cuidados dos profissionais nos dias que antecedem os eventos, contagia-o de uma maneira tão significativa, que você se sente parte dela. E uso de cada detalhe captado nestas manhãs, deve ser avaliado e se possível adaptado de forma a repeti-los quando chega a sua vez. Foi assim, com Much Better, Cara Rafaela, Einstein, Gloria de Campeão, Hard Buck e Da Hoss.
E disto meu caro Mauro que mais tenho saudades e realmente sinto falta.
