Hoje sou um desocupado, mesmo não me sentindo um...
Nunca fui e pelo pouco tempo que me resta, nunca ainda serei o homem bombril, aquele de mil e uma utilidades. O que joga nas onze, propriamente dito. O eclético.
Pois bem, Einstein nunca foi um bom desportista e creio que Michael Jordan tenha tentado tudo, mas foi bem mesmo no basketball. Este é a meu ver o sentido de cada vida, seja você Churchill ou Nelson Rodrigues. Olavo de Carvalho ou Machado onde Assis. Especializar-se.
No turfe custa-me lembrar um grande jockey que tenha se tornado um grande treinador. Deverá haver tido um caso ou outro, mas, todavia até Lester, tentou infrutiferamente e o Guignone, - que vi montar - asseguro que como jockey, deixou muito a desejar. Como diria vó Adelina, "cada macaco no seu galho".
Especializei-me na compra de inéditos e creio que dentre os que selecionei cheguei a ganhar ou me colocar com eles, em mares nunca dantes navegados. E me orgulho bastante disto. Se netos tivesse, teria bastante histórias para lhes contar.
Logo, meu caro Gaspar Neto, não teria como sinceramente dizer-lhe o que você necessita fazer para ser um bloodstock agent. Se me lembrar de algo, até sua passagem futura por aqui, lhe direi. O que posso lhe garantir desde já, é que tive a sorte de conviver com gente especial. Pessoas que me ajudaram gratuitamente: o senhor Atualpa Soares, o senhor Roberto Prado Telles, George Blackwell, Magi Giovanni, Alceu Ataide, e ainda mesmo que com menor participação Alejandro Lilienfield. Todos de alguma forma, com maior ou menor intensidade, foram importantes nas diversas oportunidades que vivenciamos. Cara Rafaela, Da Hoss, Hard Buck, Much Better, Einstein, Estela Monarchos, Glória de Campeão, Sea Girl e outros que tive o prazer de um dia em colaborar com algo, tem certamente um dedinho de cada um destes meus mentores citados. Ouvi e perguntei muito. Estes foram e ainda são a razão de ser o que sou e se não fui mais, a culpa não é deles. É totalmente minha de não tê-lo conseguido.
Nunca deixei a modéstia reger minhas ações. Houve épocas que ousei e até abusei. Todavia sempre no mesmo sentido: conseguir algo melhor com o capital que me foi disponibilizado. Acertei mais do que errei, o que é de suma importância nesta atividade e mais ainda, nunca desisti de tentar, até o presente momento. Lembre, conhecimento e imaginação, nunca deve lhe faltar. E coragem e paciência certamente ajudam.
Não acredito que coisa velha pertença ao passado e deva fazer parte de museu. Pois a exceção do Alceu, todos os demais que me ajudaram a formar-me, já eram portadores de idades avançadas. Muito aprendi com suas experiências pessoais. Sinto que talvez não tenha a capacidade e a paciência que eles tinham de transmitir seus respectivos conhecimentos. Mas tento escrever aquilo que sinto, e sinceramente espero que esteja colaborando com o desenvolvimento de alguém.
Be happy !

