Despertei e me enfronhei num turfe masculinizado tanto em se tratando de proprietários, quanto em profissionais de treinamento e equitação, no final da década de 60. Tal não foi minha surpresa em tomar conhecimento de uma foto do tríplice coroado britânico Gainsborough, ladeado por sua criadora e proprietária, Lady James Douglas.
No Brasil, como no resto dom mundo, foi um processo lento e gradativo, da liderança feminina nos principais conglomerados turfísticos. Hoje por ai, o ex-haras Faxina, sobreviveu alguns anos, após a morte de Henrique Lara, por intermédio de dona Margarida Lara. Da mesma forma como o Figueira do Lago e o Doce Vale, são tocados no momento pela Barbara Magalhães e a Patricia Bozano. E muito bem administrados, diga-se de passagem. Haras modernos com características de gerenciamentos modernos.
O mundo sofreu o mesmo processo evolutivo, com as mortes de três dos cinco mais importantes protetorados internacionais, a Shadwell, oa Juddmonte e Aga Lhan. Filhas e esposas toparam o sacrifício e mantiveram as estruturas montadas por seus pais ou maridos, de poder, e de plena evolução dentro do mercado. Pouca ou nenhuma queda de rendimento foi até aqui notada. Ec creio eu, que não poderia ser diferente.
Temos que nos conscientizar que da mesma forma nas pistas, éguas podem suplantar machos no fator atlético, fora delas mulheres podem gerir tão bem ou melhor os negócios da família. O que faz do turfe uma atividade equalizaria e prova que o amor e a paixão não tem nacionalidade, quanto mais gênero.
No Brasil, agradeço a Biba Magalhães e a Patricia Bozano, por preservarem o Figueira e o Doce Vale, por quem aprendemos a respeitar.
