
Aquele que escreveu o e-mail se dizendo "futuro criador" em Tijucas do Sul, agora veio com outro ainda mais desaforado onde afirma que eu me sinto como Deus, que inventei o PSI e que blog é coisa da idade da pedra. Pasmei-me. Não com os insultos, mas pelo fato de só descobrir a existência de blogs anos atrás. Nunca me dei conta que eles existiam antes mesmo de eu ter nascido.
Mas existe gente que age assim. Comem sardinha, arrotam salmão e acham que as pessoas acreditam em fadas e Papai Noel. E, por incrivel que pareça, sobrevivem neste mercado...
Como não são ouvidos, notados, e nem participam efetivamente de algo de útil para o turfe, ou o cara pendura uma melancia no pescoço, ou simplesmente ataca quem estiver pela frente. Dispara o que lhe vier a mente, e como nem sempre é dotada de algo de útil na mesma - a mente - baixam o nivel. Mas isto aqui não é casa de lavadeira nem espaço para pessoas se atacarem. Deixo isto para outras páginas eletrônicas que vivem de seus Espaço do Leitor. Aliás, atacar foi a maneira que gente da laia de Lee Harvey Oswald, Mark David Chapman, Sirhan Bishara Sirhan e outros ganharam suas respectivas notoriedades.
Mas tem gosto para tudo.
Recebi outro e-mail. Bem mais inteligênte. O de Adolpho Smith de Vasconcellos Crippa sobre Overdose, a máquina de velocidade que assombrou a Europa vindo da Hungria e que já foi assunto aqui neste blog da idade da pedra. Vou refrescar a memória com parte do que publiquei naquela oportunidade:
Acho que o maior sonho da temporada passada foi o das conexões do invicto em onze saídas, Overdose. Tudo na vida deste potro faz parte de um sonho. Imbrindado em Never Bend na razão 5x5, mas ao mesmo tempo filho do pouco fashionable Starborough (Soviet Star-Nureyev), ele foi adquirido por seu atual proprietário, pela irrisória quantia equivalente a US$3,979 em Tattersalls. Levado a Hungria provou ser o melhor produto lá corrido desde os idos tempos da invicta Kincsem. Para quem ache que até seu cão basset possa ser um campeão na Hungria, gostaria de lembrar que foi Kincsem. Ela é até hoje considerada como uma das melhores éguas de todos os tempos no mundo. 54 carreiras ganhas, entre as quais o Derby da Áustria, o da Hungria, ambos os Guineos húngaros, e o Oaks e o St. Leger daquele pais. Fora disto venceu três versões do Grosser Preis von Baden, a Goodwood Cup e o Grand Prix de Deauville. Um fenômeno em quatro patas em quatro nações. Pois bem, Overdose ainda não chegou ao patamar da égua que dá nome ao hipódromo que hoje o venera, porém, diria tratar-se de um sprinter de primeiríssimo nível. Ele ganhou fora das fronteiras, quatro provas graduadas: o Goldene Peitsch (G3) de Baden-Baden, o Lotto-Hamburg-Trophy (G3) de Hamburg e o Premio Carlo e Francesco Aloisi (G3) de Campannelle, todos na distância de 1,200m. Nas duas corridas alemães bateu ao bom sprinter local, Abbadjinn. Não tenho dúvidas que Overdose ganharia o malfadado, Prix de l’Abbaye de Longchamp (G1). Aquela versão, da largada falsa, Outubro passado. Andreas Suborics largou, riscou e ganhou em quase recorde, não tendo noção que a partida fora anulada com o problema de Fleeting Spirit não ter conseguido largar. Foi um estado de caos. A carreira foi transferida para cinco horas depois, mas suas conexões se recusaram a trazê-lo de volta a pista para disputá-la. Estavam cobertos de razão. Em condições normais teria definitivamente se consagrado. Ele deve ter como base esta temporada, as corridas de velocidade na Inglaterra. O Temple stakes (G2) de Haydock Park e o King’s Stand stakes (G1) em Royal Ascot.
Ledo engâno. Eu estava completamente errado, talvez por ainda estar me utilizando de artificios da idade da pedra. Seu treinador, é de outra opinião e resolveu estendê-lo um pouquinho mais. De 1,000 para 2,100 em companhia de elementos clássicos. Bonito sonho, não? E se este sonho se tornar realidade, certamente estaremos a frente de um dos maiores fenômenos já corridas na face da terra.
Lembro-me de Conquistador Cielo ganhar numa segunda feira a milha do Metropolitan Mile e no sábado encestar a milha e meia do Belmont Stakes. Coisa de Woody Stevens. Usou a mais importante milha do país para "trabalhar" o filho de Mr. Prospector para a terceira prova da triplice coroa. Não precisa se dizer que uma semana depois, este estava sendo sindicalizado por US$44,000,000, ou coisa parecida
Ai o Adolpho me escreve algo que para mim têm tudo a ver.
Overdose em 2.100 metros na França??? Será que não podia tentar uma milha na Hungria primeiro? Jesus Cristo!!! Independentemente de o cavalo poder ganhar e se provar como um verdadeiro fenômeno do turfe atual (muito pouco provável, diga-se de passagem), o treinador já provou ser um dos maiores desastres do turfe atual.
Deus sabe porque não dá asas à cobra.
DUAS OVERDOSES ATÉ PARA LEÃO