
Quando tomei conhecimento que o Derby e três outras importantes carreiras seriam disputados no feriado de Tiradentes, tive minha primeira preocupação voltada para a pista de grama da Gávea. Pista nova muita água nem sempre são bons prenúncios. E depois de tomar conhecimento dos resultados, cheguei a conclusão que não estava preocupado a toa.
Não que houvessem desastres. A pista foi até abençoada antes das disputas. Outrossim, vamos e venhamos, ver três ganhadores ganharem pela primeira vez uma prova de grupo, e um de Grupo 3 pular para a graduação máxima, em carreiras importantes como duas da tríplice coroa e os preparatórios do OSAF e do quilometro me parece uma sintomática demonstração que a tecnicidade das disputas foi de alguma forma afetada.
Mas houveram quatro ganhadores e isto é o que interessa. E duas curiosas a serem notadas:
Marne la Coquette, a mãe de Estrela Anki (Thignon Lafre-Marne la Coquette por Effervescing) tem um Rasmussen Factor em Miss Disco, por seus filhos Bold Ruler, o avô materno de Effervescing e Success a mãe de Magnasco, o pai da segunda mãe de Marne la Coquette. Há igualmente de se ressaltar que Henri Le Balafre, o pai de Thignon Lafré trazia em seu pedigree um Rasmussen Factor em Double Life, por seus filhos Precipitation bisavô de Henri Le Balafre e Persian Gulf o pai de Tamelane, o avô materno de Henri Le Balafre. Acho ser fatos dignos de serem ressaltados, vocês não acham?
Por sua vez Special Class (Wild Event-Ivy League por Ghadeer) tem um Rasmussen Factor em Little Hunt, por seus filhos Northerfields, avô materno de Wild Event e Habitat, avô materno de Ghadeer. Ser descendente da linha 4-m pelo ramo de tão grande evidência como o de Alanesian, igualmente ajuda. Ride the Rails, pai de Candy Ride, tem um Rasmussen Factor em Alablue.
Logo, talvez não tenha sido apenas o estado da nova pista da Gávea que tenha influenciado os resultados.
Fatos pitorescos igualmente não podem a passar a desapercebido.
1. Revless, que foi um monstro na pista mas de pouco efetividade reprodutiva, pouco a pouco está erigindo sua própria linha. Spring Love é um exemplo do fato.
2. O stud Estrela Energia acertou com a toca de treinador. O novo está fazendo com que os cavalos estejam correndo muito mais. Hot Six, Gibson e Estrela Anki, parecem outros cavalos.
3. Mais um ponto clássico em patamar máximo para o desaparecido Roi Normand, um cavalo inesgotável.
4. Bonapartiste provou que não é pai de um filho só. Trata-se de um cavalo que melhor explorado, irá certamente brilhar.
Outras conclusões podem ser tiradas, mas não é a minha praia. Que os analistas brasileiros as dissequem melhor.
Mas mantendo-se a visão global do continete, veremos que com 92 provas de grupo disputadas até o presente momento, 69 (75%) foram vencidas por elementos que possuíam até a quinta geração pelo menos uma duplicação de machos ou fêmeas. Northern Dancer que aparece em 38 (41,20%) pedigrees é a duplicação de maior sucesso.
O Rasmussen Factor em Somethingroyal que aparece em quatro (04,34%) ganhadores de um total de 8 provas de grupo, é o mais popular entre todos.
Northern Dancer com 35 (38,04) vitórias e Raise a Native com (31,52%), dominam o panorama das linhas altas, dentro de um universo de dominância de apenas sete chefes de raça.
A linha 13-c continua absoluta com quatro vencedores de um total de 7 vitórias e nomes importantes como Relento, Smile Jenny, Jardim e La Espadilla. A seguir a 8-f com quatro ganhadores de um total de seis carreiras. Elas são as mais fortes da atual temporada.