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quinta-feira, 28 de maio de 2009

PAPO DE BOTEQUIM - MAIO 27 - A PISADA NA JACA DE LUKAS


Vejam como as linhas maternas funcionam. O Gran Criterium foi corrido este fim de semana em San Isidro, e o vencedor é filho do médio reprodutor Orpen, um cavalo que fracassou na Europa e pouco produziu até aqui na Argentina. Enfim, trata-se apenas de mais um.

Outrossim, Enak, o vencedor desta importante carreira, pertence a linha materna 1-n e trás na sua até sua quinta geração, um imbreeding em Raise a Native 5x5. Na estrutura de concecução de seu pedigree nota-se também, que seu seu pai tem um Rasmussen Factor em Natalma, enquanto sua mãe, Enfeite, é imbreed em Mr. Prospector na razão 3x4. Creio que isto deva igualmente ajudar.

Passam agora a ser três, os ganhadores de grupo descendentes da linha 1-n nesta temporada na América do Sul, um continente que pouco importou elementos desta linha: um na Argentina, um no Brasil (Hot Six) e um na Venezuela (King Lenox). Todos em reprodutores que não podem ser de maneira alguma, considerados de exceção.

Mas não era bem assim que eu pensava começar este meu papo de botequim nesta linda manhã, depois de uma cansativa e rápida viagem ao velho continente. O que me chamou atenção esta semana foi uma frase de uma pessoa que respeito e com quem convivi por três temporadas quase que diariamente: o hall of fame trainer, D. Wayne Lukas (na foto sem óculos).

Posso arriscar a dizer que conheço um pouco da personalidade de Lukas, se bem que seja impossível que alguém possa sequer achar que conhece um outro ser humano, pois, todos nós temos os nossos segredos e como seres viventes nos modificamos com o passar dos ano e também sob a ação de fatores que agem ao longo sua vida profissional e sentimental.
Porém, durante os saudosos tempos de Cara Rafaela, Dubai Dust, The Real Vaslav e Little Baby Bear, tive o ensejo de observar a forma metódica e profissional que Lukas aplica a seu sistema de treinamento. Todos os seus empregados sabem exatamente como devem agir e ele os coordena, sendo sempre o primeiro a chegar ao barn e quase sempre o último a abandoná-lo ao final do dia. Resumindo, não creio que tudo o que ele conseguiu em sua vida profissional tenha sido obra do acaso. E mais do que tudo isto: ele sempre gostou do que fez.

Trabalhei com outros treinadores aqui e posso igualmente afirmar que muitos deles não gostam do que fazem. O fazem, por não ter outra alternativa ou por ser esta maneira mais fácil para eles de se atingir o spotlight. e como alguns necessitam do mesmo... Abandonam suas carreiras insatisfeitos, voltam meses depois, viajam mais do que comparecem a seus barns. Vivem a treinar seus proprietários, não seus cavalos. Preferem as comissões das compras do que as dos prêmios das carreiras. Enfim, usam o turfe como sobrevivência, não como uma profissão. Garanto-lhes que Lukas não é assim. Vive para o seu trabalho. Você nunca o verá numa festa ou jantando com proprietários.

Ai esta semana ele vem com esta: “Ninguém se importa mais com cavalos de 2,400m. A prova viva é que todo ganhador do Belmont, voa para a Itália, Porto Rico, nomeie o lugar. Eles não servem em Lexington. Eu tive quatro ganhadores do Belmont, e hoje não sei onde servem”.

Lukas tem excelente capacidade de memorização e creio que não deva lhe ter passado desapercebido que Thunder Gulch, aquele que o levou a um de seus quatro Belmonts, ainda permanence em Lexingon, fazendo shuttle atualmente com a Argentina. Não o considero um reprodutor de primeira, falo de Thunder Gulch, não de Lukas, mas mesmo assim ele foi capaz de produzir um cavalo, que neste século, provou ser bem acima da média, chamado Point Given. O cavalo do ano em 2001.

Outro fato que Lukas deveria ter atenção, é que os dois ganhadores este ano das duas primeiras provas da tríplice coroa, o Kentucky Derby e o Preakness stakes, são respectivamente filhos de um ganhador do Belmont, Birdstone e de um segundo colocado nesta prova por diferença mínima Medaglia d’Oro. Diria mais, o segundo colocado no Kentucky Derby é filho de outro ganhador do Belmont stakes, Empire Maker. E o que dizer de um dos elementos cotados a fazer frente a Rachel Alexandra e Mine that Bird semana próxima, ser um filho de outro herói do Belmont, Lemon Drop Kid? Logo, o que pode estar errado com esta carreira, ou mesmo com a distância que ela vem trazendo a séculos?

Não tenho dúvidas que ano após ano, o criatório norte-americano vem perdendo a sua capacidade de produzir elementos staminados. Nossa vizinha Argentina, o vem fazendo também. A ânsia de se investir apenas na velocidade e na precocidade estão levando ambos estes países para o buraco da falta de stamina. Imaginem, daqui a alguns anos se constatar uma maratona olímpica feita de sprinters. Alguém haverá de ganhar. Outrossim, serão necessários mais do que horas para completar seu percurso. Talvez dias, quem sabe semanas.

Tudo na vida é uma questão de equilíbrio. Seja emocional, profissional ou mesmo físico. Equilibrar stamina e velocidade é o segredo do criador de cavalos de corrida bem sucedido. Querer fazer uma tríplice coroa baseada em distâncias que possam ir dos 1,800m aos 2,200m como este importante treinador sugere, por até a facilitar a feitura de novos tríplices coroados. Mas seria isto o intuito da trilogia? Não será que valeu a pena se esperar 23 anos para se ir de Citation a Secretariat. Deste em uma mesma década de Seattle Slew para Affirmed? Porque estes elementos se consagraram tríplices coroados? Porque eles tinha aquele algo mais que apenas 11 elementos na história do turfe norte-americano provaram ter. Spectacular Bid, deveria o ser também. Ele e talvez mais uns três ou quatro. Não o foram por contingências. Logo a milha e meia não é o impedimento. A classe do corredor sim.

E é por isto que sempre me bati. Classe.

Ontem mesmo aqui neste blog demonstrei pelo o que está acontecendo esta temporada a importância que a linha Fappiano, principalmente por seu mensageiro Unbridled tem provado possuir. E são dois ganhadores do Belmont stakes, seu filho Empire Maker e seu neto Birdstone que têm demonstrado melhor serviço na triplice coroa. O que as pessoas querem? Cavalos como Mine that Bird e Rachel Alexandra, ou Old Fashioned e Honest Man? Dunkirk é uma tentativa de colocar o brilhante reprodutor Unbridled’s Song neste mesmo patamar. Torço para que ele possa correr bem o Belmont stakes semana próxima.

Está certo Lukas quando olha o aspecto comercial da coisa. Hoje o investidor não está mais de olho no cavalo que possa ganhar o Belmont, ou a Breeders Cup Turf. Eu sim. Ele, o novo investidor deste mercado, quer o cavalo que possa disputar com chances a Breeders Cup Juvenille e se classificar para alinhar no Kentucky Derby. os dois maores sonhos de consumo turfísticos por aqui. Todavia, a pista está provando recentemente que não são os grandes dois anos e aqueles de stamina limitada que estão conseguindo este feito. Coincidência? Acredito que não, pois, aquele que consegue carregar a velocidade através da distância, exigindo de seus pulmões, de seus músculos e de sua constituição óssea um esforço maior e provando a si e a seus adversários aquele vontade de vencer, não pode ser considerado um elemento a ser perdido no vento. Não deveria terminar seus dias no exílio.

A. P. Indy ganhou o Belmont stakes e não vejo nada de errado com ele como reprodutor. Lemon Drop Kid, Thunder Gulch, Afleet Alex, Victory Gallop e Touch Gold têm seus momentos ao sol. O que não se pode imputar a Da Tara, Jazil, Sarava, Commendable, Colonial Affair e outros, é serem considerados legítimos ganhadores de uma importante prova com a terceira da tríplice coroa norte-americana. Eles foram ganhadores de provas em que alguém teria que ganhar.

Confesso que Easy Goer, Risen Star, Little Current e Conquistador Cielo talvez devessem ter sido reprodutores de primeira. Não o forão. Os três primeiros talvez por serem filhos de três grandes cavalos, incapazes de produzir um bom reprodutor sequer em sua existência: Alydar, Secretariat e Sea Bird. O terceiro nunca me pareceu ser um elemento de stamina. Ganhou seu Belmont na genialidade que sempre ponteou a vida profissional de Woody Stephens.

Creio ser preferível se ter apenas 11 tríplices coroados do que um a cada três anos. Isto desvirtuaria a idéia básica do projeto.

Mas a coisa vem se disvirtuando. Por exemplo, não acredito que Rachel Alexandra venha a correr o Belmont, por razões meramente de preservar sua imagem comercial. Muito dinheiro foi necessário para a sua aquisição e muito está em jogo na vida desta menina. Arriscaria, inclusive em afirmar, que talvez ela nem venha a enfrentar Zenyatta na Breeders Cup Ladies Distaff. Vão usar o piso de Santa Anita como desculpa. Vocês se lembram de Curlin? Como ele só foi confirmado em Santa Anita depois da anunciada desistência de Big Brown? As conexões são as mesmas...

Poucos são aqueles ainda com o espírito de Woodward, Phipps, Mellon e Nerud. Mas muitos são aqueles que, atualmente, perdem a oportunidade de se manterem calados. Infelizmente Lukas, que vive a pior fase de sua vida profissional, passou a ser um deles.

Hoje abdiquei das torradas. Vou de omelete.