Cássia me identifiquei muito com o seu depoimento, pois ele me remeteu aos meus 12 anos de idade, mas precisamente em 1982, onde a minha paixão floresceu da mesma maneira que a do João Pedro. Em outra oportunidade eu comentei no Ninho do Albatroz, que eu aprendi a amar essa atividade no play ground que ficava localizado na seta dos 2.400 m. (o juizado de menor não permitia a presença de crianças nas outras dependências, por causa do jogo) e ali juntamente com meus irmãos mais novos e outras crianças, brincávamos principalmente de corridas (fazíamos simulações de páreos), lembro também que havia ali alguns brinquedos em formato de cavalos (gangorras). Daquele play ground, assisti a vitória do Clackson no GP São Paulo 1982, o Latino Americano vencido pelo Derek, as minhas grandes paixões se duelarem no Derby de 1983 (Immensity e Full Love) e outros páreos memoráveis. Não podia faltar a famosa “coxa creme”, regado de muito refrigerante e outras guloseimas. Eu tinha uma coleção da revista o Coruja, onde nas minhas horas vagas, depois do Colégio, as revisava; eu tinha curiosidade de tudo, queria saber o que existia por trás daqueles “máquinas” maravilhosas. Quantos artigos do Renato Gameiro eu li (agora me dei conta o quanto ele está veterano rssss). Eu tinha um caderno, onde já rascunhava alguns cruzamentos e nomes dos meus futuros animais. Sonhei um dia trabalhar nessa atividade. Chequei a fazer um teste na revista “o Coruja” para auxiliar de redação. Cheguei a passar no teste e por um golpe de sorte declinei, porque pouco tempo depois a revista fechou. Essa paixão me fez tornar um pequeno proprietário e criador. Minha primeira aquisição foi justamente uma égua criada pelo Dr. Alceu, de nome Jogada Bela e sabe porque a escolhi? Por se tratar de uma filha do Delinquent Type, que era filho da gloriosa Immensity. Acredito ser a Jogada Bela a única filha do Delinquent Type na reprodução. Logo depois de sua aquisição tive a grata surpresa de constatar que a Jogada Bela se tratava de um elemento da linha 13-C. Hoje estou no 4º produto criado, o primeiro (Ritchie Varanda) no ultimo mês de julho me deu a alegria da minha 1ª vitória como criador. A prole da Jogada Bela sinaliza que leva jeito para o ofício, o Renato já teve a oportunidade de examinar uma potranca por Ivoire (Lady Varanda) e aprovou. Sintam-se como parte desse projeto. Acredito que a sobrevivência do turfe está nas crianças como o João Pedro, mas infelizmente são poucos. Hoje não temos mais play grounds e as crianças são poucas. Vivemos um cenário triste. Acredito que está faltando aos nossos dirigentes um pouco daquela paixão que temos dentro de nós. Mas não podemos deixar de sonhar. Não tenho dúvida que vcs conseguirão finalizar o livro em homenagem ao Dr. Alceu. Finalizo com uma letra de um samba do grande compositor Nelson Cavaquinho que retrata muito bem a nossa angústia.
Parabéns pelo seu depoimento
Marcelo Augusto
Stud Figuron & Varanda
Quando Eu Me Chamar Saudade
Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.
Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais