Enganam-se aqueles que assumem que eu seja contra o shuttle. Muito pelo contrário. Sou inteiramente a favor, mas não da forma como ele é feito para o Brasil, advindos apenas de duas ou três fontes externas, todas com altos interesses na Australia, com contratos de apenas um ano e com seleção nas provas que ganharam e não no valor genético que os sementais possam ter. Se der certo, como deu no caso de Holy Roman Emperor, fica difícil de se trazer de volta. Eu disse difícil, não impossível. Passará a ser apenas uma questão financeira.
Royal Academy, Northern Afleet, Spend a Buck foram as melhores experiências que tivemos, e coincidentemente ou não, eles não vieram por apenas um ano. Holy Roman Emperor deveria ter em seu contrato extensões possíveis de serem feitas, a um preço pré fixado, como foi o caso de Benny the Bull, que vem para seu terceiro ano. Hoje aqueles que dele se utilizaram, terão a oportunidade de ver uma geração nascida e outra nascendo, antes mesmo de tomar suas decisões. Devido a resultados obtidos em pistas, ficou difícil para se trazer de volta Holly e creio que também a Benny. mas pelo menos do segundo, a clarividência do grupo que o trouxe, garantiu para si, pelo menos três gerações.
Conheço a primeira geração de ambos e vos digo que são tiros certos na mosca. Sou um pouco reticente em relação a invenções, em se tratando de criação de cavalos de corrida. Prefiro copiar modelos que deram e estão dando certo. Poupa-se tempo e dinheiro. Se é desta forma que a Australia faz seus shuttles, qual o sentido de fazer de maneira diferente? Por modismo? Desconhecimento? Impraticidade?
Este ano nada veio para São Paulo. O que me apavora, pois, mesmo com a situação ora vigente no estado do Paraná, pelo menos dois reprodutores - coincidentemente pai e filho - estão lá servindo na atual temporada. Mais do que isto seguiu para Bagé e Julio de Castilho, no Rio Grande do Sul. Constatei quão difícil foi fazer as cartas de coberturas em São Paulo. As coisas tem que tomar outro rumo em nosso maior estado da união.
Existe sempre a oportunidade de se comprar parte dos serviços sul-americanos, como no caso de Drosselmeyer, que também serve, creio eu, pelo terceiro ano consecutivo. São mecanismos viáveis de serem utilizados. E igualmente existe a velha formula de se investir em um garanhão que se adegue ao grupo de éguas que você tenha, ou vai adquirir.
Amedronta-me um ano se trazer um filho de Galileo, e no ano seguinte outro, tão dispares, em físico, aptitude e genética materna, como foi feito em Bagé, requentemente, em relação a Roderic e Soldier of Fortune. Seria como sentar em uma mesma mesa o Fernando Henrique e o Lula e expirar que ambos tenham o mesmo comportamento perante os talheres, o vinho e a forma de comer. Os dois podem dar certo? Podem. Como o próprio Fernando Henrique e o Lula deram em suas respectivas formas de governar, porém, as chances disto acontecer não são grandes em termos de equinos.
Outro detalhe importante de ser notado, é uma tendência a deixar de lado o cavalo de sangue norte-americano, embora quando você opte por Danehill ou Sadlers Wells - as melhores opções do momento - na verdade você está trazendo sangue norte-americano, camuflado de irlandês ou britânico. Alias perguntem na Coolmore onde é que ele mais compram, Keeneland, ou Tattersalls, Goffs e Arqana?
Existe um modelo de shuttle que deveria ser seguido, mas para tal há de se ter conhecimento de causa. Do contrário, a solução passa a ser cada dia se trazer algo diferente e esperar que a sorte determine qual foi a mais acertada medida.
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