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quinta-feira, 9 de julho de 2015

PAPO DE BOTEQUIM: QUANDO ALGO LHE DÁ NA TELHA

foto de Biba Magalhães

Toda representação humana - seja ela de qualquer espécie - tem que ter os seus dois lados. Numa apresentação artística a luz do palco e a obscuridade da platéia, complementam-se. Não há espetáculo se não houver gente que o vá ver. Embora a luz incida em apenas um lado, são os dois lados, que fabricam o espetáculo. Da mesma forma que em qualquer disputa esportiva, para existir um vencedor  necessita-se daqueles a quem venceu, para legitimar sua vitória. Quantos maiores seus adversários, mais gratificante será o seu triunfo.

No mundo das letras, sejam elas tortas ou direitas, existem também os dois campos. O de quem escreve, e o de quem lê. E como sempre sito aqui, escrever é mergulhar num poço escuro e profundo. Um jogo crucial entre a memória explicita de quem escreve e a implícita e muitas vezes critica, de quem o lê. Estes são os pilares que mantém ereta a construção daquilo que podemos rotular como consciência individual. Consciência esta que pode ser honesta ou desonesta.

Nunca tive medo da critica honesta. Aquela que tenta lembrar a aquele que escreve, primeiramente que ninguém é dono da verdade e segundo que é incapaz à qualquer um, esgotar todo e qualquer assunto. Sempre haverá algo, deixado de lado, ou negligenciado em sua importância. Certamente Freud teria uma explicação para tal. Se não tiver, se viva fosse, vó Adelina teria.

Isto parece claro e honesto, infelizmente no turfe brasileiro - o tema principal de minhas escritas - a situação é um pouco mais complexa. Nem tudo é claro e honesto... Somos uma atividade permeada de melindres e dogmas, pois, mais do que profissional, ela é para nós, ainda sentimental. Como toda atividade que tem como básica em sua concepção, o fundo perdido, ela dilui-se em seus verdadeiros objetivos. Se é para perder dinheiro, faço como me der na telha, uma vez me disse um criador, ao por mim ser alertado de um possível erro que estivesse cometendo. O que em outras palavras, faz nossa atividade - no Brasil - tender mais a um hobby do que propriamente um negócio.

Transferi-me para os Estados Unidos em 1987 e aprendi neste pais, que todo objetivo, para ter seu valor, deve trazer um lucro a quem o alcança. Um presidente norte-americano, acho que Nixon - na verdade não me lembro qual - uma vez disse publicamente: o negócio dos Estados Unidos é fazer negócio. E tudo aqui tem que ter um ressarcimento. A guerra fria foi substituída pelo terrorismo, e o governo faz dos órgãos de segurança, um grande negócio. Até futebol, passou a fazer parte do lazer da família norte-americana moderna. E por que? Pelo simples fato de gerar renda.

Sou arquiteto por formação e vivo de pautar minhas ações dentro da atividade que hoje opero, por meio da concepção de projetos. Todos eles com inicio, meio e fim, e o mais importante de tudo, que pelo menos não se perca dinheiro. Sim, existe uma forma de não se perder dinheiro no turfe. Basta fazer as coisas pensadas. Seria garantido? Evidentemente que não. Afinal nem sua presença física neste mundo é garantida pelo minuto seguinte. Mas diria que tem mais chances de funcionar do que simplesmente fazer o que lhe der na telha.

Fui procurado recentemente por um grupo que apreciando os resultados de outros para quem trabalhei, meu trouxe uma proposta distinta e diria que até arrojada mesmo para meus otimistas parâmetros de encarar a nossa atividade a médio e longo prazo. como algo possivelmente rentável.  Confesso que quando se tem mais de sessenta anos, a simples menção de longo prazo lhe trás calafrios. Mas o teor deste projeto, fascinou-me. O desafio de leva-lo adiante mais ainda. E temos que levantar as mãos aos céus, por existir gente, que mesmo em um turfe deficitário como o nosso, consegue ainda pensar grande.

Por vicio ou necessidade abro um parênteses. Pensar grande, de maneira alguma deve estar relacionado, com sair de sua órbita. Da mesma forma que não se deve confundir ignorância com visão empresarial. Você com os pés no chão pode pensar grande, se tiver bem acessorado. Precisa apenas achar as lacunas a serem preenchidas em uma estância superior a sua, para poder subir mais um degrau em sua escalada, ao objetivo maior. Seja este objetivo qual for. O meu nunca escondi de ninguém, é ganhar um King George ou um Arco. Loucura? Já provei que não. Cheguei a quatro corpos em uma estância e a seis em outra. Logo, para desagrado de meus eternos críticos, mico não paguei. E o fiz, com cavalos brasileiros cuja genética não considerava das mais apuradas. Fecho meu parênteses.

E como qualquer projeto dentro do campo do turfe, o objetivo é se alcançar o cavalo diferenciado e dele fazer uma fonte de renda, não de apenas taças. Acredito nesta tese, afinal Gloria de Campeão, Hard Buck, Cara Rafaela, Da Hoss, Much Better, e mesmo o moderado Imperialista, entre outros que tive o privilégio de estar profissionalmente ligado, me provaram, serem projetos rentáveis. Basta se ter um objetivo e vislumbrar no horizonte a nítida noção de quando atingi-lo, e quando atingi-lo, ai sim, estar preparado para transformar prazer em resultado financeiro.

Outrossim, na grande maioria das vezes, você não pode se dar ao luxo de ficar em um mesmo lugar a espera de que alguém lhe bata a porta. Você tem que sair em campo, expor seu produto e provar em um âmbito bem mais complexo, a sua qualidade.

Sei que seria mais simples Belo Acteon, Catch a Flight e Going to Somewhere, para se citar apenas exemplos mais recentes, terem ficado em terras brasileiras. Eles ganhariam certamente outros grande prêmios. Dominariam questões. Encheriam seus proprietários de prazer, fotografias e taças. Mas seriam estes os desafios máximos que estes investidores tem como limite? Felizmente não.

Ontem reportei aqui o nascimento da primeira neta materna de Danehill no Brasil. E hoje pela manhã recebi um e-mail - até certo ponto indignado - inquirindo-me como alguém em sã consciência traz uma Danehill em mãe ganhadora do Oaks da Inglaterra, para o Brasil? Minha resposta foi imediata: da mesma forma que alguém cria cavalos no Brasil, sabendo que é uma atividade deficitária. 

Sejamos lúcidos. Comportaria em nossa criação se trazer para o seio de nossa criação uma filha de Danehill, em uma mãe ganhadora do Oaks de Epson? Analisando friamente o mercado interno, você é obrigado a concordar que não. Mas penso que quem militar em nossa criação e estiver apenas se atendo ao mercado interno, certamente está na atividade errada. Existem muitas outras - entre as quais montar um brexó na 25 de Maio - que lhe trarão um lucro bem maior, a um investimento possivelmente menor. Logo, o que assim o fez, visa algo maior, bem afora de nossas fronteiras. E deste e-mail gerou-se toda esta nota.

Ontem mesmo aqui frisei que amar e sentir são sentimentos paralelos, outrossim distintos. É como se plantar uma árvore em um haras, mesmo que a função da mesma não seja gerar sombra a um cavalo. Ela trás prazer, ela prova sentimentos, ela emoldura uma situação. Enfim, ela tem uma função, talvez não direta, mas a gente chega a várias soluções de forma indireta.


E JÁ QUE NOS REPORTAMOS
DUAS VEZES SOBRE ONTEM, 
LEMBRO QUE OUTRA OBSERVAÇÃO
FEITA ONTEM AQUI 
QUE ME PARECE TAMBÉM IMPORTANTE
O SUCESSO DE NIGERIA

Um colaborador lembrou-me que em momento algum mencionei a nobreza do pedigree de Nigeria. E ele está certo, embora em minha opinião, o que ela fez no breeding-shed foi maior do que ela própria. O fato dela ser uma neta de Nera di Bicci, por sua filha Nanon, esta a mãe de Nixe, que por sua vez tornou-se a mãe daquele que talvez tenha sido, o mais importante reprodutor da história da criação alemão, depois de seu pai Ticino. Neckar foi especial em todos os sentidos. Dentro e fora das pistas.

Outrossim o fato dela ser uma filha de Nassau me parece o mais importante em toda esta equação, pois, embora Neckar tenha uma importante duplicação em Aversion - a mais cobiçada égua de sua era - Nigeria o tem também, só que na própria Nella da Gubbio a fonte maior. Uma neta de Catnip, aquela que Tesio descobriu e a transformou na avó de Nearco. Mas isto é outra história.

E não é caímos outra vez naquela velha ladainha de como as duplicações em grandes éguas, em um pedigree, rejuvenescem a capacidade de transmissão de classe nas linhas maternas. Pois é, para mim, isto faz toda a diferença...

Vou ser curto sem ser grosso. Quando você faz um strike num jogo de boliche, e sabe exatamente por que o fez, não tem medo de ir adiante, pois o próximo strike passa a ser uma questão de tempo. Afinal, você chegou onde chegou por conhecimento, não por que um dia algo lhe deu na telha.