O Santa Maria de Araras patrocina este blog, como muitos outros deveriam patrocinar, pois, ele é erigido para o bem do turfe. Não para fomentar fofocas nem servir de cabo eleitoral para quem quer que seja. Não trabalho para este importante centro de criação e quando presto qualquer tipo de serviço, seja na compra de um de seus lotes em leilão, seja em alguma coisa que necessitem, sou ressarcido, como qualquer outro agente do mercado o é. Logo, não tenho obrigação de defende-los, ainda mais, que não precisam disto, pois, a meu ver estão na posição que hoje ocupam, por mérito próprio. Vou agora direto ao assunto.
Recebi um e-mail, da parte da direção do Santa Maria de Araras, que Campeoníssimo foi a leilão, não teve um lance sequer, e esta é a razão pela qual não foi vendido. O e-mail ainda complementa-se observando, que os responsáveis da APPS sugeriram que Campeonissimo voltasse a pista para ser apresentada como último lote do leilão. Sugestão esta recusada pelo senhor Julio Bozano.
Quando me refiro a Campeoníssimo e Daniel Boone, o faço usando o termo que não foram vendidos. Como fiz anos atrás em relação a Aerosol. Não me parece de minha alçada discutir as razões que os levaram a defender em pista as cores de seu criador. Primeiramente por estar em cada um decidir sobre o destino do que lhe pertença. Ademais, se foi devolvido, não teve lance, não foi ao leilão por causa das más radiografias ou problemas de documentação, não cabe a mim, levar avante uma ação investigativa. Por exemplo, sei que Una Beleza tem um filho macho na letra E, o seu primeiro, e não os achei no leilão. Logo ou morreu ou está por ai. Refiro-me a este, como poderia me referir a outro qualquer se existir, pela simples razão que como turfista era fã incondicional desta grande égua. E adquiri a quatro lotes nas vendas do Araras, dois dos quais, que considerei, os melhores de minha lista de apenas oito elementos, sem me atentar do fato, descobrindo-o depois. Imediatamente avisei a meus clientes, pois, sei do que esta égua será capaz de produzir.
Como agente tenho a obrigação de escolher dentro daquilo que me seja mostrado. E como sempre digo, não posso ser responsabilizado por aquilo que não vi, que agradou ao cliente e não veja incoveniêntes ou que seja a exceção à regra em termos físicos: os feios ou portadores de anomalias. Saibam que no Brasil, em minhas short lists, existem elementos cujos pedigrees podem ser vistos como não os de meu tipo. Comprei filhos de Impression, Baynoun e até neta de Isgala, e todos chegaram ao apix do que um cavalo de corrida pode chegar. Logo, o mínimo que posso imaginar é que os citados não atrapalharam. Outrossim, confesso, que sou menos condescendente com linhas maternas que considere estagnadas ou mortas.
Eu olho o individuo. Não vou me deixar levar por coisas do tipo, o pai é ruim, a mãe já está velha, ou esta já deu quatro bons, dificilmente dará o quinto ou ao contrário, até aqui nada deu. Se assim o fosse nunca teria selecionado Da Hoss ou Baby Victory. Apenas aviso a meus clientes de que existem estes detalhes, mas que de maneira alguma afetam minha escolha. Cabe ao cliente medir o seu tamanho de risco. Afinal o dinheiro é dele. A mim, apenas apontar, este me agrada. Afinal o olho é meu, e não tenho Bola de Cristal para saber o que vai acontecer.
Não me alegro do porque de certas coisas, que há meu ver não são se minha alçada. Ademais, já tenho porques suficientes em minha vida para me preocupar e me pergunto para que acrescentar os dos outros? Não tenho dúvidas que as vendas do Araras, sejam de desmamados, éguas de cria ou yearlings, estão dentro das mais importantes que temos no Brasil. Isto não é apenas uma opinião. Os resultados de seus lotes vendidos, atestam o que acabo de afirmar. Não abdicarei de comparecer e ter minhas opiniões. Se este ou aquele não foi vendido ou apresentado, por esta ou aquela razão, desculpem os que assim não pensam, mas não me compete discutir. É sim minha responsabilidade, achar para meus clientes, o que penso que enriquecerá suas investidas. Este comparecimento ou compra é responsabilidade do investidor. E somente a ele cabe tomar esta decisão. Como acerto mais do que erro até aqui, tenho sobrevivido...
Por isto, nunca usei o termo reservado, em se tratando de um elemento macho do Araras que esteja defendendo suas cores, embora, em suas vendas existe a sigla de venda total de machos. Uso o termo não vendidos. Não cabe a mim, descobrir porque este ou aquele não tenha comparecido. No caso da fêmeas, posso usar o termos de reservadas, pois, assim o são e isto é de conhecimento publico.
Espero que todos entendam minha posição que acredito que seja de outros agentes também, que não tem, como eu, acesso a um veículo informativo. E agradeço a deferencia do staff do Araras em me por a par do caso de Campeoníssimo.
Importante nisto tudo, pelo menos para mim e acredito que deveria ser também para os outros, é o individuo. Somente o individuo. Se ele lhe convence, esqueçam irmãos, idades, performances anteriores de seus ancestrais e concentrem-se em achar qualidades neles suficientes para cobrir o risco da investida. Este é o direito de cada um. E aqueles a quem você não tem acesso, que tenham sorte.