E eu que fui goleiro na praia, do Tatuis, do Areia e do la vai Bola, e que cheguei a treinar nos juvenis da Gávea, teria que concordar. Mas independentemente disto, o bom senso exige que você tenha pelo menos respeito por esta opinião.
O FATO DE EU NÃO TER IDO PARA FRENTE
NÃO ME IMPEDE DE TER UMA OPINIÃO
SOBRE O ASSUNTO.
AFINAL ATÉ O TITE E O CUCA
OS DOIS MELHORES TÉCNICOS
QUE HOJE MILITAM NO BRASIL
NÃO FORAM CRAQUES.
O goleiro é aquele que imprime respeito e tem que ter dominio sobre seus companheiros. Quando vejo o Allison e seu irmão Muriel, chego a conclusão que a genética funciona. Ambos falham com extrema regularidade. E infelizmente um deles chegou a seleção. Talvez por esta ser dirigida por alguém que não lá deveria estar. Hoje no Brasil, existem dois goleiros que tem seus times na mão e em muitas vezes são a salvação da lavoura tanto do Palmeiras, quanto do Cruzeiro. Mas o que isto possa ter com a criação de cavalos de corrida? TUDO !
Para mim o goleiro em um cavalo de corrida, é algum nome de sua linha baixa, que possa exalar respeito e criar aquela confiança que você necessita, para seleciona-la e depois na decisão final da cobertura ter como base. Logo, você não pode se deixar levar por clubismos, ou paixões. Tem que ser frio e acreditar que toda aquela classe um dia pode cristalizar-se em outro ser, que você anseia criar.
Vocês devem se lembrar que escrevi ontem sobre a aquisição de Political Intrigue. Pois é este foi um acerto. Mas houveram erros e um dos que cometi com o Junior, tem muito a ver com uma emoção particular minha. Explico-me
Adquirimos em Keeneland a Detchema, uma filha de Forli, cheia de Wavering Monarch, um emérito produtor de fêmeas. Dali nasceu Imelda, e confesso que fiquei radiante. Mas a verdade é que Detchema, produziu para o Santa Ana cavalos que corriam, ganhavam, mas sem demonstrar classe. E olha que ela teve filhos com os bens quistos Wavering Monarch, Ghadeer, Roi Normand (dois), e os menos votados Falcon Jet e Carteziano. Assim sendo, alguma chance teve, e não a aproveitou.
Em todo êrro deverá haver um aprendisado. e eu acho que detectei o meu. Mas vocês devem estar se perguntando, porque entrou emoção na seleção? Por ela ser uma Forli? Diria que o fato dela ser uma filha de Forli, pesou emocionalmente, outrossim, o fato emocional mais pungente, pelo menos para mim, foi sem duvida alguma, ela ter como segunda mãe Rescousse, a filha do invicto brasileiro Emerson.
Não vi Emerson correr ao vivo. Tinha pouco mais de dez anos e nem ao hipódromo ia. Mas li muito sobre ele e ouvi de turfistas mais velhos verdadeiras odes. E quando Rescousse ganhou o Diane e a seguir foi segunda para San San no Arco, meu coração quase explodiu. Naquela época não tinha o espirito da universalidade. Era brasileiro do dedão do pé, ao último fio de cabelo. Ainda mais que estes fatos aconteceram depois da conquista do tri campeonato no México, ao qual compareci.
Ter uma descendente de Rescousse passou a ser um de meus sonhos. Eu, de alguma forma, estaria trazendo para o Brasil, novamente Emerson, que aqui entre nós, não pode ser visto como um reprodutor consagrado na França. Só que Rescousse em que peze o apoio recebido, na verdade não correspondeu. Porém, em defesa de minha emoção, havia um detalhe técnico a ser observado. Na época em que Detchema foi apresentada em pista, nas vendas de 1988, Reloy - uma filha de Rescousse por Liloy - dois anos antes, fora segunda no Prix Vermeille para Darara (que viria a produzir quatro champions e cinco ganhadores de graduação máxima) e no ano seguinte, levada aos Estados Unidos, venceria duas provas de graduação máxima. Desta forma, vislumbrei a oportunidade quando vi Detchema. Imediatamente avisei ao Junior, discutimos a possibilidade da aquisição e descobri naquela oportunidade, que ele também nutria muito respeito por Rescousse.
Não funcionou.
Pois bem no fim de semana, domingo no Japão, Big Arthur venceu uma prova de graduação máxima. E para aqueles que ainda possam duvidar, afirmo, que o Japão é um dos mercados mais dificieis de se obter vitórias neste patamar. Pareos cheios, pedigrees de altíssimo nível, e um parâmetro de profissionais acima de qualquer suspeita. Pois bem Big Arthur, tem como mãe, Siyabona, uma não ganhadora por Kingmambo e como segunda mãe, Relish, uma ganhadora de apenas uma carreira, por Sadlers Wells em Reloy. O fato de Siyabona ser duplicada em Special na razão 4x4 é algo a ser levado em consideração, todavia, o que tento explicar aqui, é que por sua melhor filha em pista, Reloy, e por filhas destas com excelenetes reprodutores, fez renascer, algo que supostamente já estava off-broadway.
Não seria isto que deveriamos fazer com as grande corredoras brasileiras? Insistir com reprodutores que tenhamos aqui do mais alto padrão, até que a linha voltasse a funcionar? Rescousse não é uma frangueira. Ela em uma determinada época não teve o respeito. Na verdade reprodutivamente não o mereceu por algum tempo, mas hoje creio que possa até passar a ter.
Que tal o Fernando Prass e o Fábio na seleção?