Porque um dos criadores de maior vulto na criação mundial, mantem viva a chama de uma familia por três gerações há um século? Não se trata de uma pergunta retórica mas sim de uma constatação justificavel diante daquilo que parece ser um óbvio para se galgar condições unicas de sucesso: modernizar-se.
Aga Khan, o terceiro na lista de sua familia, sem gastar mais dinheiro em aquisições, mantém uma posição impar no cenário internacional, simplesmente por que a cada dia parece estar mais update que seus adversários. Peço a meus leitores veementemente que não pessem que estou aqui zombando de vocês ou cometendo um desaforo de estudioso que sou, se lhes afirmo com isenção de sentimentos, para entender que sucesso, não pode apenas estar vinculado da sorte. Sorteb é sempre necessária, até para se chupar chicabom, lembraria Nelson Rodrigues. Outrossim, não é possível manter sucesso durante um século, apenas por obra e acaso do Espirito Santo. Há de haver algo mais instrutivo que qualquer elucubração de videntes e palpiteiros. Tem que haver uma metodologia, para se alcançar um objetivo.
As vezes, vejo colegas meus, tecer sobre um deslumbrante universo ficcional, um mundo de situações e personagens que denotam um nada grandioso e eloquente. A verdadeira razão não está oculta por trás de tudo, como muitos possam pensar. Ela está evidente, aos olhos de todos aqueles, que saibam para onde olhar, e se mantenham isentos da prepotência de tudo saber por ter lido um almanaque que caiu-lhe as mãos.
O Fairy Bridge Stakes, disputado recentemente em Tipperary, na Irlanda, não é uma carreira dos sonhos de ninguém. Ela está ali para ser corrida e pronto. Trata-se de um grupo 3, disputado na distância de 1,500m, sem compromentimentos maiores. Mas este ano Aga Khan o venceu com Tanaza, cujo pedigree apresento abaixo, que demonstra que mesmo em familias decadentes, como a 8-i, sempre vale um trabalho de reconstituíção, se algum dia ela demonstrou ser dotada de alguma classe.
A quinta mãe de Tanaza, foi a ganhadora do Diane, La Sega. Esta produziu a uma ganhadora de Grupo 3 chamada Sega Ville, e de 1970 para cá mais nada. talvez um ganhador do Cadran (Gr.1) sem maiores consequências. Mas nem por isto sua linha veio a ser abandonada por sua alteza. Como o fizera com Mumtaz mahal e tantas outras, num processo lento e gradual ele tenta restaurar a classe que um dia habitou esta extirpe. E como fazê-lo? Primeiro, afastando-se dos eletricistas e a seguir, montando uma estrutura genética que um dia irá trazer de volta aquilo que sempre foi seu objetivo. Ganhar grandes carreiras.
Notem que no pedigree de Tanaza, além dela ser uma Dubawi - que dispensa maiores comentários - ela quase trás um tripé mágico de imbreeds, Northern Dancer 5x5, Mr. Prospector 4x5 e Buckpasser 5x6. E somado a isto um imbreed em Shirley Heights na razão 4x4.
Notem ainda que as filhas netas e bisnetas de La Sega, foram ofertadas reprodutores, que não falharam nem na pista quanto menos no breeding-shed: Dalakhani (Arco e French derby), Green Dancer (French 2000 Guineas) e High Top (2,000 Guineas).
E aqui caimos naquele velho ditado, que vó Adelina nunca deixava de me lembrar. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!