Ai um expert no assunto me explicou porque todo o Picasso dava alto preço. Porque indo-se os melhores, os que sobram, e são considerados ruins, acabam por valorizar-se, aumentam seus preços no mercado e alguém o compra. Continua e continuará a ser um mal Picasso, mas a vontade de ter um, para quem não o tenha, faz com que a luta seja grande em torno de si. Cria o interesse. E como 80% das pessoas não sabem qual a diferença de um bom Picasso para um mal Picasso, aquilo sobre sua lareira, é especial. Afinal é um Picasso.
Não podemos trazer para o turfe este tipo de conceito, afinal cavalos tem que provar na pista o seu valor. Quadros, encima da lareira não. Outro dia, alguém justificou a vinda de um determinado e muito limitado corredor para a reprodução brasileira. e sua justificativa final foi: ... e afinal é um Galileo.
Nero e Caligula, tinham pais imperadores, e não valiam absolutamente nada. Creio que até os pais de dona Dilma, possam ser boas pessoas. Mas isto não justifica o aproveitamento de alguém, seja na reprodução, seja na politica. Cavalo ainda tem que ser considerado individuo. Ele terá que responder por suas responsabilidades dentro e fora das pistas. não basta apenas ter um pedigree bonito, adornado de chefes de raça e matriarcas, se na pista foi um ser inferior. Para este, dou o tratamento de ovelhas negras de grandes familias. Uns Nero ou Caligula, do mundo dos cavalos de corrida.
Penso que o cavalo ideal para fins reprodutivos, seja aquele com linha materna, estrutura de pedigree, fisico e campanha. Se temos que abrir mal de algo e por razões financeiras muitas vezes é a campanha, que o façamos achando nele, aquela vontade de vencer, que nem sempre premeia-o em pista. Querem um exemplo clássico? Sunday Silence tinha mais vontade de vencer que Easy Goer, talvez por isto, pois, com menor pedigree e infinitamente inferior fisico, foi muito melhor reprodutor que o filho de Raise a Native.
Como se descobrir a vontade de um cavalo em vencer? Só vejo uma solução: Assistindo corridas. Tentando não torcer por aquele que gosta ou em quem jogou, mas na corrida como um todo. Ai sua mente, livre de pressões, com o tempo começa a captar aquele que quer, mas infelizmente não pode. Foi o caso detectado pelo Alvani, em relação a Acteon Man e repassado a seu proprietario, que preteriu na época Gorilla, um ganhador de Pellegrini, por ele. E creio que não tenha se arrependido.
Royal Academy era bastante inferior a Dayjur, mas não se entregava perante a arte de seu adversário. Sempre vendeu caro uma derrota. E por isto foi o reprodutor que foi. O mesmo não pode ser dito do brilhante velocista que adorava saltar sombras... E muitos s'ao os exemplos, Clackson tinha vontade, mas lhe faltava a classe de Duplex.
KINGMAMBO ERA INFERIOR A ZAFONIC,
MAS SUA VONTADE DE VENCER ERA TANTA,
QUE ACABOU SENDO MELHOR REPRODUTOR
QUE SEU ALGOZ.
E milhares de exemplos estão ai, â sua frente. É começar a ve-los em pista e criar um discernimento em sua cabeça, do que possa ser trigo e o que não passa de joio. e depois de algum tempo você entenderá por que Julio Cezar foi imperador e Nero, um mal tocador de harpa.
