Ao contrário da grande maioria dos centros turfísticos, o Brasil tem uma prova soberana. O Grande Premio Brasil, e é sabido, que tanto o Dulcidio Guignone quanto o Venancio Nahih, hoje são grandes vencedores desta prova. O último, por exemplo, com cavalos que eu não acreditaria terem ganho, se não estivesse presente. Cada um deles já contam em seu curriculum com cinco edições, sendo eles os vencedores das três últimas, e quatro das seis últimas. Para mim isto é dominância e justo alguém pensar que eles venham a ser os treinadores do momento. São, mas não só eles. Existem estrelas em ascenção.
Ernani de Freitas, com quem tive ainda o prazer de conhecer, eu com pouco mais de 21 anos, ganhou seis GP. Brasil. É o recordista da marca. Pois bem, foi ele de quem ouvi aquela máxima, que depois descobrir ser quase popular, que uma corrida vale por dez trabalhos. O tempo me provou que isto era a mais pura verdade.
Os treinadores antigos, principalmente os britânicos eram reconhecidos por trabalharem seu pupilos em ritmo de corridas, por ele idealizadas pela manhãs, usando não só seus pupilos como também de outros e assim os dois ou três profissionais envolvidos, sabiam o que tinham as mãos. Estas corridas treinos, com diferenciais de peso, eram levadas a adiante na calada da noite, pois, no turfe inglês o jogo é uma coisa bastante séria, e você aposta as vezes num cavalo que irá correr daqui a seis meses, a prova em que você depositou a sua fé. Logo, qualquer tipo de informação, é crucial.
Tenho a mania de escolher aos dois anos quem será o meu cavalo de Epson e Churchill Downs em seus derbies. Não jogo, mas curto o desafio. Tenho em diversas oportunidades aqui que seria este, e qual seria o cavalo do ano. Modestias, a parte, tenho acertado quase todos. De Camelot a Frankel, de Sea the Stars a Zarkava. E o faço apenas no sentimento vendo suas primeiras saidas a pista.
O João Maciel, um dos mais inteligentes treinadores com quem trabalhei, passou a usar também deste artificio, quando trouxe a proposição, por isto, por exemplo com Much better, depois que acertou seus parafusos, ia de Grupo 1 em Grupo 1, onde eles viessem a ser disputados, Brasil, França, Chile, Argentina. Enfim onde houvesse uma corrida que lhe interessasse.
Se English Major, tivesse continuado sua campanha, talvez ele não fosse o meu favorito do GP. Estado do Rio de Janeiro, pois, haveriam corridas e não sei se com o aumento da distância, suas conexões se animassem a elevar sua distância. Ele é um milheiro em minha concepção. O que para um Put it Back já é um assombro, pois, Bal a Bali foi apenas um. Maraton e El Shaklan tentaram distâncias acima no sistema sanfona. E Huber, o que provou ser o melhor na distância até aqui, está sendo preparado para o Derby, acredito eu. Fizemos o sistema sanfona uma vez com Hard Buck. Após o adquirir como lídimo vencedor de um dos mais competitivos campos já formados na era moderna, para os 2,000 metros do Linneo de Paula Machado. Voltei-o na milha do GP. Estado do Rio de Janeiro e levamos um vareio de Pico Central, até ali considerado um sprinter, que tentava a milha. Tive que ouvir de um de seus novos proprietarios, presentes na prova, a seguinte pergunta: porque não compramos o outro? Levei o Kenny Mcpeak no dia seguinte para examinar o outro e ele compreendeu por que o outro não teria sido prudente de ser adquirido.
ENGLISH MAJOR NO DIA DE SUA COMPRA
Para mim não era apenas os curvilhões de Pico Central que me preocupavam, mas sim aquela sua velocidade inicial incontrolada, que eu acreditava não poder fazer ganhar acima da milha. Como ele nunca o fez. Mas confeso que me contentaria com as provas que ele ganhou nos Estados Unidos. O Paulo Lobo fez um trabalho de mestre na condução de sua campanha. Hard Buck. ao contrário, tinha aquele potencial para ir a mais distância e já tinha me provado isto no Linneo de Paula Machado. Corria quieto, aumentava sua velocidade na curva e sua arrancada final era exuberante. Ganhamos um grupo 1 em 2200 metros em Gulfstream. Passamos a não ter mais duvidas que era o cavalo a brilhar na Dubai Turfe, como o fez, perdendo a corrida por nariz, no último pulo. Era o trampolim que precisavamos para o King George, na qual ele foi segundo. Todavia, isto é outra história. Voltemos ao tema desta nota.
A quem voce daria seu voto, a um Champion 2yo consagrado na milha, que por razões outras está afastado e volta justamente no dia da carreira, ou a aquele que passou a liderar a turma aos 3 anos, mas vencendo em 2,000 metros, já que na milha em Cidade Jardim, não passou de um terceira colocação? Esqueçam que eu selecionei English Major e por isto terei escandalosas simpatias pelo mesmo. Pois, eu respondo vou de English Major, se não aparecer este fim de semana no preparatório, algo mais contundente.
Mas alguém replicaria: e o aguerrimento? Na falta de uma corrida real, estabeleça-se como o João Maciel, e os antigos treinadores ingleses e mesmo alguns brasileiros, faziam. Crie uma prova com o mesmo cenário e distância, coloque três ou quatro adversários. Não importa quem sejam. Se inferiores ou não, pois, você tem ciência, de antemão, que ele passará por cima. O que se realmente o treinador quer é o aguerrimento. Aquela gana de competir. Aquela vontade de vencer, que o cavalo tem que ter, mas que está adormecida dentro de si, pela longa inatividade. E assim o fazendo crescem as chances dele estar de volta. Esta carreira fictícia valerá por dez trabalhos. Tenham certeza disto.
O Beto Solanês, entre a turma nova, é o treinador com melhores resultados e aquele que acena aos que se encontram hoje mais cotados que ele. Estarei ai em breve! Eu arriscaria a dizer que ele já está. Ainda mais que hoje conta com os concelhos de seu pai, que tem uma experiência enorme no assunto, e com um material bom a seu dispor, de proprietários poderosos a quem serve. Eu lhe trouxe um entre os que podem se considerar poderosos, e não creio que eles estejam arrependidos. Ou estariam?