Quando No Regrets cruzou a linha de chegada, do Grande Premio Henrique Possolo (Gr.1) provando ser neste exato momento a lider desta geração na milha, alguém comentou que a vencedora não tinha um imbreed sequer. E realmente ela não tem, a não ser uma duplicação em Natalma e assim mesmo, na razão 6x5.
Minha pergunta de volta foi simples. E precisa?
Quem tem um pai, que com uma única e reduzida geração de 29 produtos registrados, já saiu com duas ganhadoras de grupo 1 e um segundo colocado na primeira prova da triplice coroa de potros, não é bolinho não! Sempre gostei de Fluke, aqui citei a perda que seria a sua morte para a criação brasileira, e alertei ao titular do haras Regina, a adquirir cotas do mesmo.
Outrossim, dentro desta mesma linha de raciocínio, quem tem uma mãe, que gera três produtos ganhadores de grupo, até os onze anos de idade, com três diferentes reprodutores, cada um de uma tribo distinta, - Nasrullah, Icecapade e Raise a Native - na minha humilde opinião, não precisa de muito mais coisa. Apenas ser bem criado e não levar com um raio pela cabeça.
O Doce Vale, é juntamente com o recém findo São José da Serra, um dos dois melhores resultados em pista, entre os haras considerados médios. Assim, em termos de criação o problema inexiste, e como não caiu nenhum raio... São até aqui, 38 individuais ganhadores de grupo, e No Regrets, é o décimo terceiro de graduação máxima. Logo, realmente No Regrets não tem imbreed algum, mas todos estes "outros detalhes" devem ser levados em consideração.
A corrida de No Regrets foi por mim mal interpretada. Ela correu para um tempo quase igual ao dos potros e com uma atropelada longa. E embora o ganhador do Estado do Estado do Rio de Janeiro tenha me impressionado, No Regrets me parece a lider desta geração. Creio que irá aos 2,000 metros pelo menos. Vi o video de ambas as carreiras e hoje posso melhor avaliar, aquilo que acredito que tenha acontecido.
E de conhecimento publico que poucos foram os criadores brasileiros, que modernamente adotaram a politica de imbreeds e duplicações femininas. Muitas delas, se deram por obra e acaso do Espirito Santo. Graças a Deus isto esta mudando e uma jovem ala, está tendendo a ir na mesma direção que os principais criadores europeus e australianos, estão trilhando. E mesmo assim, de 1974 até este último domingo, o Brasil conta com 2440 individuais ganhadores de grupo e apenas 837 dos mesmos, ou menos de 35% são cavalos de pedigrees totalmente abertos. Isto não é uma opinião,. Isto é um fato!
Logo quase 2/3 dos ganhadores de grupo no Brasil, apresentam pelo menos uma duplicação, até a quinta geração em relação aos machos e até a sexta em relação as fêmeas. Desculpem, mas isto gera um paradigma. Queira alguém queira ou não queira.
Muita gente deve afirmar - e não estará destituído de razão - que existe uma tendência enorme de ter imbreeds em Northern Dancer e sua mãe Natalma. E quase impossível se fugir dos mesmos. E ai eu pergunto, se o campeonato baiano de futebol fosse decidido na macumba, ele acabaria empatado, como dizia João Saçdanha. Uma vitória não se verga perante a um animal apenas naqueles que apresentam imbreeds em Northern Dancer ou Natalma. E eu pergunto, não existem outra éguas que podem influenciar com suas duplicações? Saibam que grandes éguas como Selene, Scapa Flow, Mumtaz Mahal, Somethingroyal, Plucky Liege, entre outras, igualmente tiveram presença mais que significativa, na classe dos mesmos.
Hoje existem éguas modernas que podem trazer os mesmos efeitos se duplicadas. O ponto é sentir que aquele elemento a ser duplicado - seja ele macho ou fêmea - pode ser a força do pedigree e assim haverá um real ganho. como saber isto? Conhecimento e imaginação.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!