Não foi, para muitos, um grande cavalo em pista, pois, circunstâncias alheias a sua vontade assim o determiram, mas quero relembrar que foi a Dubai e ganhou, uma carreira que considero importante. E o fez não deixando nenhum resquicio de dúvida, que na mesma, fora o melhor. Confesso que vi Al Arab no antigo haras do Figueira em Campinas e o considerei o melhor cavalo produzido por aquele estabelecimento de cria até ali. Deixei isto claro a seus responsáveis, que estão vivos e devem se lembrar. Logo é amor antigo e para tal sujeito as imperfeições sempre trazidas pelos sentimentos.
Abro um parênteses. Eu acho que o maior defeito de um cavalo, não é apenas o que John Aiscan definia como sua incapacidade de ganhar. Eu diria que seria a sua incapacidade de sequer correr, pois está implicito que cavalo de corrida é para correr, não para se colocar em uma exposição. Fecho parênteses.
Repito, não acho um resultado ofensivo e muito menos desastroso. Isto não faz dele um reprodutor de ótima ou péssima qualidade, mas me faz crer, dentro da experiência que carrego, que haja uma chance dele ser importante um dia. Se não for, errei. Se for, não fiz mais do que a minha obrigação, de como profissional do ramo, captar a informação que ele me transmitiu.
Esta é a grande vantagem do reprodutor nacional. A chance de ve-lo correr, cria um senso de avaliação. Se você o tem, capta. Se não o tem, procure alguém que capte. Mantendo-me no Figueira do Lago, eu desde cedo afimei que First American seria um reprodutor de primeira e o achava bem superior a Dubai Dust, seu irmão materno. Vaja a outra nota desta página acima. O tempo passou e provou pelo menos para mim, que estava certo. Mesmo sofrendo as agruras de um total desprestigio daqueles que detinham a maioria de seus direitos, ele rodou a América do Sul, e desafiando as leis de adaptação, deixou bons cavalos por onde passou. Nunca recebeu éguas de grande gabarito, mas melhorou a qualidade dos filhos das mesmas. Recentemente o Figueira do Lago, o adquiriu mesmo tendo ele avançada idade. Foi uma boa medida? Acho que sim. Pois, creio que quando há qualidade, o problema de idade se torna secundário. Que o Zé Roberto do Palmeiras o diga.
Todos nós tomamos decisões certas e erradas. Toda vez que levanto o meu dedo em uma venda ou induzo um cliente a fazê-lo, estou sujeito a estar cometendo um erro. Se levarmos em consideração que tenho até aqui demonstrado a capacidade de tirar em um ganhador de grupo, de quatro que indico, para aqueles que não apreciam o meu trabalho, eles tem o direito de afimar que errei em três. Eu prefiro, pensar que acertei em um, pois, sei da dificuldade que é achar este um...
Arrisco-me em afirmar que Al Arab pode vir a ser um sólido reprodutor, em que peze as chances a ele ofertadas. Nunca será um Ghadeer, mas longe de ser um desastre capaz de afundar um haras. Este ano nascerá a que considero sua melhor geração. E o fará nas terras do São José da Serra. Éguas quantitativamente e qualitativamente melhores, o que em resumo quer dizer, que esta será a sua prova de fogo. Ou ele levanta voô, ou será levado definitivamente para o hangar...
Não há aqui nenhum interesse de venda de coberturas, pois, parece-me que nem coberturas o Figueira do Lago, vende. È um risco, confiar em um cavalo que poucas éguas recebe? Claro que sim. mas eu tenho este defeito e sempre me fascinou o tisco, para mim, calculado.