Acho a coisa mais importante em uma sociedade humana é o diálogo. Ele o faz pensar e crescer como ser vivente. E isto é fácil de se notar. Precisa ser um gênio como o Chico Anysio ou o Jô Soares para manter um publico sentado e atento por duas horas, num monólogo. Para mim um dos livros mais difieis de ser escrito, foi o de Ernest Hemingway, o Velho e o Mar, onde nenhum diálogo é levado a efeito, e sim é descrita uma batalha entre um velho pescador e um bravo marlin. E finalmente como no filme Hell in the Pacific, com Lee Marvin e Toshiro Mifune, onde dois militares norte.americano e japonês, perdidos numa ilha do Pacifico, encontram a barreira do idioma para entabularem um diálogo.
No turfe brasileiro, não existe muito interlocução técnica e você tem que se valer das informações de fora para tentar evoluir naquilo a que se propoe. Você, no Brasil, vive uma situação quase que de prisioneiro encarcerado em uma solitária. Eu mesmo fundei um blog, onde dei espaço a quem quizesse se aventurar em suas teses e poucos foram aqueles que se arvoraram a defende-la. Inibição? Desconhecimento? Medo da exposição? Falta de teses? Confesso que não sei, mas gostaria que não fosse assim.
Não valeria a pena uma mudança de posicionamento? Eu penso que sim.
Como disse em outra oportunidade, é mais dificil defender as suas teses no mercado norte-americano, pois, existe uma forte presença do marketing na imprensa. Falou mal, perde patrocinio e a porta de saida, passa a ser serventia da casa. Na Europa, existem medalhões que estão acima do bem e do mal, que são ouvidos. Mas mesmo assim, eles procuram se ater mais no lado positivo que no negativo. E aqui entre nós é mais fácil se falar de Galileo, e suas grandes façanhas, do que aquele grande cavalo em pista, todavia, que fracassou no breeding-shed.
Nos somos vitimas de um processo por nós mesmo criado. Apagamos nossa história e parece que temos vergonha de idolatrar nossos idolos, sejam eles humanos ou equinos.