Vou dizer uma coisa, e espero que fique clara para todos. Acho o cavalo brasileiro, caro para o que o nosso turfe hoje se propoe. Um turfe que o custo beneficio de uma simples vitória, nem sempre paga sequer a manutenção daquele que se vê obrigado, a ressarcir o investimento nele realizado.
Compreendo que a verdadeira distinção entre preço e valor num mercado insipido qual o nosso, se apagou, pois, se assim não o fosse, não teriamos o investimento de gente que sabe ganhar dinheiro e portanto tem noção do valor do mesmo. Porém, o declínio da atividade, fez com que preço e valor se distanciarem. Um gira em torno do mercado e outro passou a ser obra de ficção. Assim, o velho conceito de um investimento sólido com fins lucrativos, infelizmente esvaiu-se. O único valor existente hoje, permanece no grande prazer de se ganhar.
E somando-se a precariedade de nosso mercado existe um outro problema. A revolução cibernética que o mundo sofreu, não foi acompanhada pela grande maioria de nosso mercado. O desenvolvimento das redes sociais e a universalização da internet, tem um melhor aproveitamento no seio de nossa atividade, mais como um proliferação de correntes de fofoca, do que propriamente uma troca de infomações técnicas, que certamente clareariam o conhecimento de quem estivesse interessado. Da discução sempre sairá a luz. O esforço desnodado de um blog técnico, é esvaziado pela falta de interesse de muitos. Poucos são os que interagem e muitos os que criticam. E maior ainda é o número daqueles que simplesmente ignoram.
A grande vantagem do turfe em se tratando de Brasil é vencer. No mundo desenvolvido da Europa, Japão, Austrália e Estados Unidos, é ainda disputar. Não no sentido do Barão de Cupertin, mas no anseio do desafio, pois, mesmo sabedor que existem adversários poderosos que também querem vencer. Quem tem noção do perigo, sabe de antemão que com menos investimento, só tendo uma maior atenção ao detalhe, o poderá fazer lá também chegar.
Mantenho um blog que tem como maior intuito informar, como pagamento de um divida pessoal que tenho com gente da melhor espécie como Atualpa Soares, Roberto Prado Telles, John Aican e George Blackwell, que em diferentes fases de minha vida profissional se dignaram a me dar a mão, sem ter o minimo interesse comercial em fazê-lo. Só posso imaginar que de alguma forma sentiram em mim, não apenas a necessidade de aprender, mas creio também, deixando a modétia de lado, que eu absorveria positivamente, aquilo que se propuseram a ensinar.
Só há gosto de se transmitir um conhecimento adquirido, a quem merece. E hoje posso garantir a aqueles que leiem este blog, que uma gama de jovens turfistas, está surgindo. Não na velocidade e no volume que um mercado desenvolvido, realmente necessita. Mas não deixa de ser uma esperança. E a aqueles mais vividos, como eu, e que se mantém na luta, só tenho a agradecer, pois, são exatamente eles, que mantém viva a tênue chama do mercado brasileiro.
