Falei de minha admiração por Olavo de Carvalho, e uma de suas enumeras frases, não me desgruda da cabeça: não me incomoda que os imbecis me odeiem, vaiem e achincalhem. Só não quero que me aplaudam. Vocês imaginam o que seria ser aplaudido por Dilma Rouseff? Queima qualquer filme.
Pagar um mico, queimar o filme, pisar na jaca ou escorregar na maioneses, são coisas que podem acontecer com qualquer um. Mas se acontece uma vez, faz parte do jogo. Todos nós estamos sujeitos. Agora quando se torna uma constância, complica. Logo, todo o cuidado é pouco, principalmente com o abobado.
O cara pode ser muito bem intencionado, mas se é abobado, corra dele, como o diabo da cruz. Isto não é um conselho. É apenas uma advertência. Um dia ele comete um erro que o irá prejudicar. Pois para mim, só abobados podem ter plena certeza que Holy Legal ganharia o Suckow, Fitzgerald emplacaria o GP. Presidente da Republica e First Thing ganharia o GP. Brasil?. Logo, taxar a maior tarde uruguaia como uma tarde brasileira, me deixa um pouco preocupado. Mesmo que tenhamos ganho três das quatro provas principais. Para mim foi uma tarde uruguaia. Dos profissionais uruguaios.
Sempre alertei aqui que ganhar - em qualquer patamar, é sempre importante, mas que ganhar hoje em Maronas - que para mim tem um turfe mais desenvolvido que o brasileiro - é muito mais fácil que ganhar na Gávea, em se tratando da alta esfera. Estarei eu cometendo uma heresia? Acredito que não. Maromas tem sido uma saída boa para o cavalo brasileiro. Uma válvula de escape, que paga prêmios, mais altos que os nossos e em moeda forte. Outrossim, longe de espelhar o que Palermo, San Isidro e Gávea exijem para se ganhar uma prova de graduação máxima, Nestes três hipódromos, há, a meu ver, maior competitividade. Qual foi o importante cavalo brasileiro ou argentino que estava presente as festividades deste ano? Infelizmente não reconheço nenhum.
Volto a repetir, ganhar é importante. Maronas, depois de Invasor, exerce uma importância grande na visão do mercado internacional. Visão esta que está decaindo com o passar dos anos, pois, nenhum outro ganhador de prova importante no Uruguai, depois do craque argentino, vingou em qualquer outra parte do mundo. Enquanto isto, os três hipódromos citados, continuam fornecendo cavalos que se saem bem nos mercados asiáticos e norte-americanos. Isto de maneira alguma é uma opinião. Trata-se de um fato.
A pergunta que se seguiu a afirmativas iniciais me deixou ainda mais descrente sobre a sanidade mental daquele que perguntava. Estaria eu surpreendido? Sinto dizer que não, pois, o cavalo brasileiro desce dois degraus, - em termos de classe de disputa - quando deixa Gávea e vai para Maronas. Aceito que temos, atualmente, uma genética duvidosa, mas ainda melhor que a existente no Uruguai e creio que em termos de criação estamos alguns pontos acima. TODAVIA, ALERTO, POR ENQUANTO,,,
Evidente que as coisas melhoram no pais vizinho a olhos vistos. Se assim continuarmos, ele nos passarão em questões de anos. Não de décadas. E perderemos um mercado, base, que ajuda principalmente ao médio criador brasileiro.
Medir o poderio locomotor de um elemento ainda inédito é facultativo a opiniões. Entram conhecimento, imaginação, gosto pessoal e até um pouquinho onde sorte. Mas em se tratando de elementos que chegaram ao patamar maior de disputa, dá para se aferir sua qualidade a nivel internacional. Quando vamos para os Estados Unidos, temos que subir vários degraus, mas lá contamos com a ajuda de pelo menos uma dúzia de profissionais que podem ser considerados superiores ou no mínimo iguais a nossos melhores. Poder-se-ia dizer o mesmo de Maronas?
Por isto termino como iniciei; Devagar com o andor, que o santo é de barro!