Acho que eu estou exagerando? Citem quem são aqueles profissionais, que em sua opinião seriam capazes de formar opiniões, sobre qualquer assunto no turfe brasileiro. E atentem para a situação em que nos encontramos. O turfe é mantido por gente poderosa que não pode perder tempo em descobrir o que fazer. Pessoas como elas, no mundo inteiro, exigem a presença de profissionais que lhes ditem o caminho. Sejam eles formadores de opinião, sejam meros bombeiros capazes de apagar o incêndio, não importa. Você se atrela a um deles e se depois de anos, o caminho até então despendido é considerado errado, mude-se o profissional e é tentado então um novo caminho.
O Olavo de Carvalho, que em minha opinião deve ser escutado com ressalvas, diz uma coisa bastante importante. Num video a mim mandado pelo José Carlos Fragoso Pires Junior ele afirma com aquela sua objetividade canibalística de sempre, que no Brasil é necessário se explicar, depois se desenhar, aí entrasse no processo da explicação do desenho para então se chegar ao desenho que dará a explicação do seu desenho original. Seria como dar milho a um desdentado. Tem que moe-lo pacientemente em pedacinhos...
Não afirmo isto com o intuito de me achar superior a quem quer que seja. Afirmo isto, pois, é a mais pura realidade e creio que se quisermos mudar as coisas, temos que mudar primeiro as pessoas. E concluo que se não mudarmos as coisas, pouco a pouco gente da mais alta importância em nosso setor migrará para outros setores e os que permanecerem no setor, mudarão para outros horizontes. Vide TNT.
Ninguém é dono da verdade. Mesmo aqueles que comigo trabalham divergem, em algumas oportunidades, de meus pontos de vista. Discutimos e chegamos a um ponto comum. Afinal esta é a função do profissional. Tentar descobrir o que é melhor e possível de se adquirir para aquele cliente. Não existe uma imposição. E quando você quer oferecer algo que antes nem sequer foi pensado por aquele que comprará a idéia, você tem que ter subsídios que provem a sua teoria.
Você reconhece isto nos profissionais a sua volta?
Imaginem aquele treinador ainda jovem que diz a seu cliente que estão de posse de um craque, mas que na pista não consegue provar-se. A explicação é simples. Para se reconhecer um craque, tem que estar ao lado de outros, para imediatamente reconhecer a sua existência. Parâmetros definem opção. É o que eu comumente chamo da altura do sarrafo. Quando um Guignoni acha que possui um craque, há 99% de chance dele estar certo, pois, viveu nestas últimas décadas com a presença de vários a seu redor. Quando alguém que nunca o teve afirma, o limite do erro, aumenta consideravelmente.
O mesmo acontece em meu setor. Já tive a sorte de selecionar vários elementos julgados craques. Logo, se torna mas plausível de reconhecimento para mim um possível craque, quando colocado à minha frente. Mas cavalos enganam. Porque você só tem a capacidade de ver aquilo que sua vista alcança. Sua essência, aquilo que possui internamente, fica para aqueles capazes de dissecar suas almas. E a mim não foi dado este dom.
O que quero dizer? Que por mais experimentado e cuidadoso que um profissional venha a ser, sua capacidade percentual de acerto, sempre será inferior que a de erro.mas se ela estiver na casa dos 20% de elementos ganhadores de grupo, você terá o seu pão de cada dia.
Sou de formação na escola de arquitetura. É nos dado uma forma de pensar e um sistema de concatenar estes pensamentos. O uso na seleção de detalhes que para mim, fazem um cavalo de corrida. mas an tem de tudo há de haver um projeto, que na realidade é o objetivo da compra. ele deverão estar embutidos, que tipo de plano e quem exercerá o comando do mesmo.
Se indico cavalos pensando no King George ou no Kentucky derby, o faço sabedor que se tratam de dois espécimes distintos. Se eles não chegam lá - como nunca chegaram - mas pelo caminho coletam provas importantes, seu projeto não estava errado. Existem não só adversários, como também adversidades. Não vendo sonhos impossíveis. Pois, quem já chegou com sucesso em provas importantes como cheguei, sabe o caminho das pedras. Tem apenas que achar o cliente, os profissionais e principalmente o cavalo que façam desta jornada um sucesso.
Nestas vendas minhas tentativas foram em relação a uma pretendente ao Kentucky Oaks e um gramatico com vistas a um possível Arco. Simples, não acham? Mas se no caminho eles recolherem provas importantes, mesmo não chegando a seu objetivo final, a jornada seria considerada por mim, como proveitosa.
Falaremos sobre isto no decorrer da semana
