PAPO DE BOTEQUIM: O CARIMBO

Somos o pais do carimbo. O pais dos cartórios. O pais da burocracia. Enfim, ainda o pais do senhor sabe com quem está falando? Mas existem carimbos que deveriam ser utilisados com mais assiduidade. A APPS deu a idéia de se criar um carimbo emitido pela ABCPCC, apenas para catálogos, que sejam apresentados nas vigentes normas internacionais. Isto é, com tão somente a verdade dos fatos. Sem tacinhas, estrelinhas paetes ou lantejoulas. Aumentaria nossa credibilidade internacional.

Não me parece ser uma tarefa fácil, mas longe de poder ser considerada impossível. Tem um custo, pois há a necessidade de uma equipe de revisão de nosso Stud Book e pesquisa da confiabilidade dos dados expostos.

Eu apoio esta idéia, embora para mim o catalogo é apenas um instrumento. O que realmente vale é o cavalo de corrida.

Outrossim e principalmente em se tratando do jovem proprietário, não se pode submete-lo a um falso marketing. Não podemos expo-lo ao encantador de serpente. Ele, o que inicia, tem que ter a oportunidade - embora ainda verde na questão - de poder discernir o joio do trigo. E muita estrelinha e tacinhas, podem confundi-lo.

Pesos e alturas devem estar ao alcance de quem queira a informação, assim como deveriam constar exames de pyro e radiografias, como hoje acontece nos principais leia~eos do hemisfério norte. É dispendioso? É. Mas se você quer vender Mercedes, não pode alugar um galpão no Irajá e pensar que ele ficará abarrotado de interessados... E construir um Mercedes não é uma tarefa barata.

Em leilões virtuais, e totalmente dependentes de telefone e internet, deve se haver cuidado com certas situações. Uma acontecida na segunda noite do Araras me deixou preocupado. Principalmente por ser com o lote de lance mais alto no pré-leilão e por se tratar daquele que havia dado seu lance final. Evidente que deverá haver uma razão plausível, mas ela deveria ser esclarecida publicamente, de forma clara, para que duvidas não pairem.

As vendas do Araras, foram lúcidas. Demonstram que a qualidade se sobrepõem a qualquer tipo de marketing. A quarentena, por incrível que parece, em minha opinião ajudou. Gente com dinheiro, presa em casa, se sente impelida a fazer qualquer coisa. Mas por outro lado a transparência levada a efeito com som lotes serem apresentados em ordem alfabética das mães, prejudicou no resultado, pois, muitos dos melhores produtos ficaram para o final. Explico, pois, há uma razão para tal. Muitos da éguas das letras A, B, C. e D eram égua muito jovens de primeiras crias. E as de letras T em diante, reprodutoras mais aclimatadas e com já produção clássica.

Mas como senti da parte de Julio Bozano ele queria um leilão sem vantagens, atingiu plenamente seu objetivo. Era comprar aquilo que estava exposto sem defesa ou ajuda qualquer. E a mensagem foi entendida. Vai seu um leilão que pela proximidade da fronteira e pelas atuais leis de nacionalização uruguaia, vai atrair em muito a atenção dos investidores daquele pais. Uma tacada que considerei de mestre.

Mas ao mesmo tempo um leilão difícil de encontrar seu ponto de equilíbrio. Penso que deveria ser levado a efeito em Agosto evitando-se assim as possíveis anomalia de uma preparação para seres ainda em formação. Teríamos assim individuos de seis a 11 meses, com tempo mais do que necessário para eles serem desmamados e não terem seu processo de criação acelerado.

Não sei qual será o índice de devoluções, pois, nesta época não é diificil para um veterinário achar problemas radiológicos. Há de se ter bom senso e principalmente complacência.