Difícil não é fazer 1,000 gols como Pelé. Difícil é fazer um gol como Pelé. São palavras que só Carlos Drumond de Andrade poderia escrever.
Hoje o senhor Edson Arantes do nascimento faz 80 anos, Ele é de Outubro como eu. Aliás a única coisa que temos em comum.
Vi Pelé jogar ao vivo e pela televisão. Dezenas de vezes. Ele fez uma geração de cariocas, como eu, amar o Santos, pois, o Maracanã sempre foi a sua casa. Nunca perdi um jogo seu no Maracanã. Caísse a chuva que caísse,
Segundo Armando Nogueira todo craque tem em sua cabeça um video com três ou quatro situações que possam acontecer. Mas segundo este mesmo Armando, Pelé ao contrário tinha um longa metragem.
Acredito que muitos que me leem não tenham tido esta oportunidade de vê-lo em ação. Por isto são capazes de compara-lo a Maradona e a Messi. O que para mim é uma blasfêmia. Contudo, o que mais me impressionou em Pelé foi sua capacidade de improvisação. Ele foi o primeiro a tentar fazer um gol do meio de campo. Não o conseguiu, mas como era uma Copa do Mundo, o mundo inteiro tomou conhecimento. E hoje não são poucos os que tentam e alguns até com sucesso. E um ponto que sempre o diferenciou dos demais jogadores foi sua capacidade de atender a todos. Hoje, qualquer perna de pau, se pluga e se mostra incapaz de dar um autografo sequer. Pelé, não. Atendia a todos.
Ganhou uma Copa de 17 para 18 anos. O menino Neymar que já está com quase 30, não arrumou ainda nada. Ele sabia lançar a bola para o companheiro não em seus pés, mas no ponto futuro, onde ele deveria estar 5 segundos depois. Quem aprendeu isto, como Coutinho, fez um montão de gols. Ele mirava na trave e chutava um pouquinho para dentro. Dificilmente errava. Era espetacular ao bater faltas e em cabeçadas, como Michael Jordan, tinha a capacidade de se manter mais tempo no ar. E um dia foi obrigado ir para o gol e fechou o mesmo. Logo era perfeito em tudo.
Que o nosso rei, tenha um grande dia.